São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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JUCA KFOURI
Fábula fabulosa

Nabi Abi Chedid é o homem que Ricardo Teixeira indicou como representante da CBF na Confederação Sul-Americana de Futebol.
Pois acertou na mosca.
Ninguém mesmo melhor que ele para tal empreitada.
Homem provado na administração do futebol, brilhante patrono do Bragantino, ex-vice-presidente da CBF na gestão de Octavio Pinto Guimarães, talvez a melhor de todas na história de entidade, lutador destemido em defesa dos interesses de seu clube -tanto que por diversas vezes invadiu gramados para defender a moralidade-, deputado estadual que honra a vida política de São Paulo e, ainda por cima, pai do celebrado Marquinho Chedid, deputado federal cujo passado dispensa elogios.
Pena que Eurico Miranda, outro deputado federal de grande envergadura, não possa dividir responsabilidades com Chedid, envolvido que está com outros afazeres.
Quem sabe se após dezembro, depois que Kleber Leite eleger seu sucessor no Flamengo, o benemérito rubro-negro não possa fazer dupla com Chedid, ensinando aos irmãos do continente os segredos da boa gestão.
Não me pergunte, caro leitor, porque não incluí o também admirável Caixa D'Água neste rol de dirigentes. O motivo é simples: ele ainda não terminou seu serviço à frente da federação do Rio.
E pensar que Eduardo Farah quer fazer oposição a Teixeira nas próximas eleições da CBF!
É possível que Farah esteja de olho na também anunciada profissionalização dos dirigentes da entidade.
Depois de anos e anos sacrificando sua vida pessoal e até seu patrimônio pessoal para bem servir ao futebol paulista, eis que talvez Farah veja, enfim, a possibilidade de ser ressarcido, pelo menos em parte, por um salário digno como presidente da CBF.
Nada mais justo, embora Teixeira também o mereça, ele que não poupou esforços para transformar a confederação que dirige em sinônimo de credibilidade e respeito pelo país afora, melhor dizendo, pelo mundo afora.
Verdade que, empresário vitorioso desde sempre (foram inesquecíveis suas palavras diante do risco de a seleção brasileira não disputar a Copa de 1994, assim que perdeu para a Bolívia. "'Vocês jornalistas, que vivem do futebol, é que devem estar preocupados. Eu não. Eu sou rico."), quem sabe Teixeira hoje precise menos do cargo.



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