São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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FUTEBOL
Time de Nelsinho Batista busca reabilitação esta tarde no Pacaembu
São Paulo tenta superar regionalismo contra Lusa

LUIZ CESAR PIMENTEL
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

Se depender do retrospecto das equipes, o São Paulo terá poucas chances esta tarde de se recuperar no Campeonato Brasileiro-98 no clássico paulista das 17h, no Pacaembu, contra a Lusa.
Nos últimos anos, o time, que hoje é comandado por Nelsinho Batista, não consegue se livrar do estigma regionalista.
Nos três últimos Brasileiros disputados não conseguiu classificação nem entre os dez primeiros colocados.
A história vem se repetindo no torneio nacional corrente.
O time de Nelsinho Batista, com 14 pontos e aproveitamento de 38,9%, ocupava a 11ª colocação antes do início desta rodada.
Uma contradição com o desempenho nos torneios estaduais, já que no Paulista do ano passado ficou com o vice-campeonato e na recente competição estadual sagrou-se campeão.
Já a Lusa de Candinho vive situação oposta. A última vez em que o time chegou perto de um título estadual foi na fase semifinal de 95, quando foi eliminada pelo Corinthians, ao perder por 1 a 0, gol do volante Bernardo aos 45min do segundo tempo.
A Lusa precisava apenas de um empate naquela oportunidade para obter a classificação para a final, contra o Palmeiras.
Antes disso, o time do Canindé só esteve perto da conquista estadual em 85, quando disputou a final do torneio com o São Paulo.
Já nos últimos cinco Brasileiros, ficou ao menos entre os dez primeiros colocados do torneio.
Em 96, chegou a disputar o título, sendo derrotado pelo Grêmio.
No atual Brasileiro, o time, com 22 pontos e aproveitamento de 61,1%, é o quarto colocado.
Apenas o Palmeiras iguala o retrospecto entre as equipes paulistas que disputaram o torneio.
"No Campeonato Paulista, você tem apenas cinco ou seis equipes com chances de chegar ao título. Já no Brasileiro, esse número cresce", afirma o goleiro são-paulino Rogério.
"Mas é algo que nós temos conversado. Por que vamos bem no primeiro semestre e caímos no segundo? Sinceramente, eu não tenho uma resposta exata", completa o jogador.
Status
Os atletas da Lusa creditam as campanhas satisfatórias da equipe em Brasileiros à boa estrutura que o clube oferece.
"A Lusa já tem status de time grande. Só está faltando mesmo chegar ao título", afirmou o atacante Evair.
O centroavante disse que só encontrou estrutura semelhante nos tempos de Palmeiras (de 1991 a 1994). "O clube dá aos jogadores condições de trabalho. Investe nas categorias de base, tem bons campos para treinar, um estádio simpático e um Centro de Treinamento. Isso ajuda muito."
O técnico Candinho ressalta a importância do trabalho nas categorias de base.
"A Lusa sempre cria bons jogadores, como foi o caso do Rodrigo, Zé Maria e Zé Roberto. Agora, temos o Leandro, que ainda vai crescer muito, e o César. Com pouco dinheiro, estamos colhendo os resultados."
O zagueiro César, revelado pelo clube, disse que há mais respeito dos adversários em relação à Lusa.
"Mudou o pensamento dos clubes em relação a nós. Os jogadores dos outros times nos respeitam, mas os dirigentes nos tratam como um time pequeno. É só ver o que o Flamengo fez, devolvendo os ingressos."
Para o zagueiro, a fama de "pequeno" ajuda o time da Lusa nos campos. "É bom que sempre falam que não temos chances. Chegando pelas beiradas, a gente surpreende todo mundo."



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