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FUTEBOL
Fayad diz em CPI que Edilson Pereira de Carvalho sugeriu aposta no Botafogo em partida de Heber Roberto Lopes
Empresário põe novo juiz em escândalo
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O empresário Nagib Fayad, 41,
conhecido como Gibão, lançou
ontem na CPI dos Bingos no Senado suspeita de fraude no jogo
em que o Botafogo ganhou por 3 a
2 do Juventude pelo Campeonato
Brasileiro, no dia 11 de junho, na
Arena Petrobras, no Rio.
O confronto não está entre os 11
anulados pelo STJD devido à suspeita de fraude armada pelo ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, 43. Ele apitou as 11 partidas e
admitiu ter recebido dinheiro de
Fayad para beneficiar times nos
quais o empresário apostava.
O jogo citado foi apitado por
Heber Roberto Lopes (PR-Fifa),
que já foi afastado temporariamente pela Comissão de Arbitragem da CBF. Hoje, ele pode ser indiciado pelo STJD.
Fayad não o incriminou. Afirmou à CPI dos Bingos do Senado
que recebeu uma ligação de Carvalho às vésperas do jogo.
"Ele [Carvalho] me ligou e falou
assim: "O jogo vai ser apitado no
Rio de Janeiro. Jogue [aposte]
nesse jogo. É quase certeza que esse time carioca vai ganhar". Não
sei o nome do juiz [que iria apitar]. Nem joguei [apostei]", disse.
Segundo Fayad, Carvalho disse
que "esse juiz é certeza que vai
proteger o time do Rio". Depois
acrescentou: "Não sei o que se
passa na CBF [Confederação Brasileira de Futebol], na Federação
Paulista, não posso falar nada".
Questionado após o depoimento, em entrevista à imprensa, sobre o que queria dizer em relação
às federações, Fayad desconversou. "[Carvalho] falou na TV que
todos juízes que iam apitar no Rio
de Janeiro era para se comportarem bem, pois senão ficariam três
jogos sem apitar. Aí é rolo deles."
Na entrevista disse: "Não [falei]
que esse juiz [Heber] estava em
esquema de arbitragem. Cabe ao
Edilson [Pereira de Carvalho] falar o por quê? Se a federação mandou proteger".
Até 17min do segundo tempo, o
Botafogo perdia de 2 a 0. O time
carioca fez um gol falta e dois de
pênaltis, virando o placar. Em um
dos pênaltis, Heber mandou voltar a cobrança. Ao todo, ele apitou
15 jogos no Brasileiro.
Segundo Fayad, o ex-árbitro
propôs que se o time carioca vencesse, o empresário pagasse uma
comissão de R$ 10 mil. Fayad disse que não apostou porque não
acreditava mais em Carvalho e
julgava-se "um otário".
Na CPI, o empresário que atua
em casa de shows, corretagem de
imóveis e venda de carros negou
ser dono de bingos. Ele aceitou
abrir seus sigilos bancário, fiscal e
telefônico. Afirmou ainda que fazia apostas em bancas de jogos, e
não em site na internet.
Carvalho disse à Folha que não
falou com Fayad sobre esse jogo.
"Ele falava se eu sabia de mais jogos em que ele poderia apostar.
Eu dizia que apostasse em times
cariocas que jogassem no Rio.
Nesses casos, a tendência é sempre o juiz favorecer a equipe do
Rio, mas falei tudo de maneira genérica." O Ministério Público de
SP deve ouvir Fayad de novo.
Colaborou o Painel FC
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