São Paulo, terça-feira, 20 de outubro de 2009

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sem fôlego

Elite do Brasileiro desce na reta final

Dos top 10 do primeiro turno, só Flamengo tem campanha melhor nas 11 rodadas do returno realizadas até o momento

Nas outras edições com 20 times nos pontos corridos, pelo menos quatro equipes evoluíram na segunda metade da competição

Mauro Vieira/Agência RBS
Os atacantes Marquinhos e Taison em treino do Inter, que depois
de liderar o 1º turno venceu só 3 dos 11 jogos que fez no returno


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles terminaram o primeiro turno no top 10. A saída de jogadores na janela de transferências para o exterior até que foi modesta. Muitos até contrataram reforços de peso. Com exceção do Internacional, todos mantêm o mesmo treinador.
A lógica apontava que eles deveriam evoluir, mas o Brasileiro de 2009 é a maior demonstração de falta de fôlego na era pontos corridos.
Dos dez melhores colocados ao final do primeiro turno, só um, o Flamengo (que era justamente o décimo depois da primeira metade do campeonato), subiu de aproveitamento no returno, que já tem 11 rodadas.
Os outros nove levaram tombos gigantes, casos de Inter e Goiás (cujas performances caíram da casa dos 60% para os 30%), razoáveis (Palmeiras e São Paulo, com quedas próximas aos 10%) ou pequenos (Atlético-MG e Grêmio, que no returno viram o aproveitamento cair menos de 2%).
Graus diferentes de decadência, mas em tendência de baixa que não encontra paralelo.
Desde que o Campeonato Brasileiro de pontos corridos passou a ter 20 clubes, em 2006, havia equilíbrio entre ascendentes e decadentes no grupo que terminou o primeiro turno entre os dez melhores.
Em 2006, quatro dos top 10 do primeiro turno haviam subido de produção nas 11 primeiras rodadas do retuno. Dois repetiram a mesma performance e só quatro pioraram. Um ano depois, houve empate entre os que melhoraram e pioraram (5 a 5). No ano passado, quatro evoluíram e seis regrediram.
Pelos clubes, resignação pela queda de produção no returno.
"Os maus resultados aconteceram para todos, pena que a gente não aproveitou. Será assim até o final", disse Fernando Carvalho, vice de futebol do clube gaúcho, que teve a melhor campanha da primeira metade do torneio, mas agora é só o terceiro colocado, cinco pontos atrás do Palmeiras.
Times que eram sensações viraram saco de pancadas. O Goiás, por exemplo, não se acertou depois da contratação de Fernandão, e já não vence há quatro partidas. "Essa sequência preocupa", admite Hélio dos Anjos, o técnico do time.
Em alguns casos, como no de Corinthians e Avaí, a chance de melhora em relação ao primeiro turno já foi deixada de lado.
"Neste campeonato, parece que a pontuação para ficar fora do grupo de rebaixamento vai ser menor", diz Silas, o técnico do Avaí, que ao final do primeiro turno era o sexto colocado e chegou até a sonhar com uma vaga na Taça Libertadores.
Agora, na 10ª posição, o Avaí já está contente com os 43 pontos, que pelas projeções de seu treinador já são suficiente para manter o time na primeira divisão do Nacional em 2010.
Com a falta de fôlego quase generalizada dos times que foram os melhores do primeiro turno, o Brasileiro de 2009 caminha para ter o campeão de pior campanha nos pontos corridos, iniciada em 2003.
O Palmeiras, o líder atual, ganhou 60% dos pontos que disputou. Até hoje, o pior dono da taça com as atuais regras foi o Corinthians de 2005, com aproveitamento de 64,3%.
Para superar a campanha de quatro anos atrás do seu maior rival, o Palmeiras teria que ganhar 20 dos 24 pontos que ainda vai disputar. Difícil imaginar isso para quem só somou um ponto nos últimos três jogos.
Dos outros postulantes ao título, o único que pode ganhar a taça sem o fardo da pior campanha dos pontos corridos é o Atlético-MG. Os outros não podem mais superar o Corinthians campeão de 2005.


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