São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Sinal amarelo

Por problemas políticos, Cuba disputa evento em Guadalajara com delegação reduzida e já sente efeito negativo no quadro de medalhas

MARIANA BASTOS

DE SÃO PAULO

O desejo do Brasil de encerrar um Pan à frente de Cuba no quadro de medalhas pode se concretizar quatro anos depois do desejado.
Em casa, no Rio-2007, os brasileiros esperavam tirar o país caribenho do segundo lugar, posto que ocupa desde o Pan de Winnipeg, em 1967.
Desta vez, o caminho rumo à vice-liderança parece mais tranquilo para o Brasil.
Após cinco dias de competição, Cuba ocupa a quinta posição, com só seis ouros. A esta altura do evento, em 2007, o país era vice no quadro de medalhas, com mais que o dobro de ouros: 13.
Por problemas políticos, Cuba enviou a Guadalajara uma equipe reduzida. São 447 atletas contra os 483 que vieram ao Brasil em 2007.
Isso se deve ao fato de que os cubanos boicotaram os Jogos Centro-Americanos e do Caribe, disputados em 2010 em Porto Rico. O evento serviu de seletiva para o Pan-2011 em seis modalidades.
Segundo o governo cubano, o boicote ocorreu porque Porto Rico não atendeu suas exigências. Cuba pediu "segurança e vistos para toda a delegação, alojamento, transporte e outras facilidades similares às de outras delegações". Também exigiu que seus esportistas não fossem tratados como "cidadãos de países terroristas".
As negociações entre os países falharam. Os atletas cubanos tiveram, então, que recorrer a outros torneios seletivos para o Pan. Alguns também foram boicotados por razões políticas, como o Pan-Americano de levantamento de peso, disputado nos EUA, e o Centro-Americano de basquete feminino, que ocorreu em Porto Rico.
Os levantadores de peso ainda conseguiram participar de outro torneio, que lhes garantiu nove vagas no México.
As cubanas do basquete, no entanto, não tiveram outra chance. E o país teve que abrir mão de uma medalha quase certa. Desde Cali-1971, as mulheres de Cuba sobem ao pódio neste esporte.
Além dos problemas políticos, que minguaram a delegação, os competidores cubanos também enfrentam uma decadência técnica, tendência que já foi observada na Olimpíada de Pequim, na China, três anos atrás.
Restando um dia para o fim das competições de ciclismo, o país havia amealhado apenas uma medalha de prata e uma de ouro.
Há quatro anos, o país caribenho conquistou sete comendas na modalidade.
No remo, o desempenho também é inferior. Em Guadalajara, o país soma três ouros. Em 2007, foram cinco.
Para melhorar o desempenho geral no México, os cubanos apostam em seus campeões mundiais e em esportes que tradicionalmente lhes garantem muitos pódios.
As disputas de atletismo, boxe, luta e levantamento de peso em Guadalajara começam nos próximos dias.


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