São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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Urna pode tirar Luxemburgo em 2009

Palmeiras vive indefinição sobre futuro presidente e nem todos os possíveis candidatos dão aval a trabalho do técnico

Affonso Della Monica ainda tenta esticar mandato por um ano, mas, caso proposta não vingue, situação pode ficar sem nome de consenso


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Levar o time para a Libertadores e se livrar da perseguição de parte da torcida não são os únicos desafios de Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras. As urnas também poderão decidir sua permanência no clube.
O grupo que comanda o Palmeiras, responsável por trazer o técnico de volta, tentará, em 13 de dezembro, alterar o estatuto para que o atual presidente, Affonso della Monica, fique mais um ano no cargo.
Caso tal empreitada não dê certo, novas eleições serão realizada em janeiro. Nesse caso, é grande a chance de a situação não chegar a um nome de consenso para concorrer à vaga, e a oposição, ligada ao ex-presidente Mustafá Contursi (que comandou o clube durante 12 anos), ganharia força no pleito.
Roberto Frizzo, provável candidato oposicionista, diz que só estando por dentro da administração para avaliar se será possível manter a comissão técnica de Luxemburgo.
"Temos um departamento de futebol caro. O clube fica às vezes em sufoco financeiro e não sei se conciliaremos isso."
O dirigente cita, também, a questão política para pôr em dúvida a permanência de Luxemburgo. "Não sei se ele gostaria de trabalhar com um grupo que não seja o do Cipullo [Gilberto Cipullo, homem forte do futebol no clube]."
Cipullo, ligado ao treinador, tem apagado a fumaça dos conselheiros até da situação, que passaram a contestar o trabalho de Luxemburgo após as derrotas que afastaram o time da briga pelo título brasileiro.
O vice também é citado nos bastidores do Palmeiras como possível candidato às eleições de janeiro, se a mudança do estatuto não for confirmada.
Pelo que rege o estatuto em vigor, o mandato do presidente, de dois anos, dá direito a uma reeleição -que é o caso de Della Monica, eleito em 2005.
A proposta de alteração estatutária foi rejeitada no mês passado, em votação no Conselho Deliberativo. A situação conseguiu 133 votos favoráveis, mas precisava de 145 (metade mais um do total do conselho).
A meta, agora, é aprová-la perante os sócios. A oposição fala em tentar na Justiça a anulação do pleito, uma vez que não faria sentido levar aos associados matéria rejeitada no conselho.
"Vamos esperar a assembléia. Depois veremos o que acontece", diz o diretor de planejamento, Luiz Gonzaga Belluzzo, apontado para concorrer à presidência -ele descarta. "Não tenho tempo nem vontade. O tempo que posso dedicar ao clube já dedico como diretor de planejamento."
Os diretores financeiro, Salvador Hugo Palaia, e administrativo, José Cyrillo Jr., também surgem na lista. O vice Paulo Nobre corre por fora.
Luxemburgo, cujo vínculo no clube vai até o final de 2009, já declarou não ter contrato firmado com oposição ou situação, mas com o clube.


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