São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Palmeiras tira peso de Muricy

Técnico, que no São Paulo batia de frente com a diretoria para defender atletas, agora fica sem ação

Comandante apenas acata decisão dos dirigentes de demitir os dois jogadores que brigaram no intervalo da partida contra o Grêmio

Danilo Verpa/Folha Imagem
Torcedor do Palmeiras atira pipoca no saguão de desembarque do aeroporto de Congonhas

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se no São Paulo o técnico Muricy Ramalho se gabava de segurar atletas pressionados a deixar o clube, no episódio da briga entre os jogadores Obina e Maurício Santos, do Palmeiras, só coube a ele acatar a decisão tomada pela diretoria.
"Quando chegamos ao vestiário, já tinha essa decisão tomada porque eles achavam que era necessária. A gente tem de acatar", disse o treinador, ainda no vestiário do estádio Olímpico, em Porto Alegre, palco da derrota por 2 a 0 para o Grêmio.
Um pouco antes de Muricy conceder entrevista, o vice Gilberto Cipullo já deixara claro que a dispensa dos atletas fora "uma atitude tomada pela diretoria de futebol, juntamente com a presidência".
O episódio reforça o racha existente entre Cipullo e Muricy. Conforme a Folha apurou, o cartola já tentou demitir o ex-são-paulino no vestiário do Parque Antarctica após o empate com o Sport, no dia 11.
Na sua entrevista, Cipullo foi questionado mais de uma vez se a punição fora decidida em conjunto com a comissão técnica. O dirigente reforçava, então, o peso da diretoria no caso.
Apenas quando foi questionado se a decisão tinha o apoio de Muricy, o cartola disse, monossilabicamente: "Total".
Apesar de ter deixado claro que não concordou com a troca de socos entre o zagueiro e o atacante no intervalo da partida, o técnico palmeirense também não escondeu o constrangimento ao explicar seu envolvimento mais distante no caso.
"A diretoria ter tomado essa atitude... É difícil estar falando agora. É uma decisão dura."
Muricy também se mostrou incomodado com o fato de os cardeais do clube terem demitido Obina e Maurício Santos no calor do acontecimento.
"Eu acho que, em toda decisão mais complicada, você tem de estar mais tranquilo. Principalmente eu, como técnico", afirmou o tricampeão nacional.
Nas explicações do comandante, sobrou até para o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, suspenso por nove meses por ofensas proferidas contra Carlos Eugênio Simon e por acusações contra o STJD.
Indagado se a tensão provocada pelo episódio de Belluzzo teria atingido o elenco, Muricy falou que não se pode perder a cabeça por conta de um erro.
"Se o Simon nos prejudicou contra o Fluminense, é uma desculpa para eu chegar aqui e não ter tranquilidade? Nós somos profissionais, você sabe que amanhã vai acontecer de novo um erro da arbitragem."
Com poucos meses de casa, Muricy começa a perceber que sua influência é menor em relação à que tinha no Morumbi.
Lá, por diversas vezes, ele demonstrou força ao segurar atletas prestes a serem limados pelos dirigentes, como o meia Hugo e o centroavante Aloísio.
Diante do problema de contusões e suspensões que tiraram de combate alguns dos principais jogadores do grupo palmeirense na reta final do Brasileiro, o afastamento de Obina e Maurício Santos agrava ainda mais a situação.
Para o confronto diante do Atlético-MG, no dia 29, o treinador não poderá contar com Pierre e Armero, que receberam o terceiro cartão amarelo no revés para os gremistas.
O clube ainda tenta recuperar, a tempo de disputar os dois últimos jogos do ano, o zagueiro Maurício Ramos e o meia Cleiton Xavier, machucados.
"Temos de nos acalmar e ver qual elenco teremos para esses jogos finais", disse Muricy.


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