São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Velejador do ano, Torben retorna à star "enferrujado"

Após vencer a regata de volta ao mundo, brasileiro disputa classe olímpica, mas ainda não sabe a que vai se dedicar

Recordista de medalhas em Jogos reconhece estar atrás de adversários e faz treino de luxo no Rio, no mesmo local do Mundial de janeiro

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Recordista de pódios olímpicos (dois ouros, uma prata e dois bronzes) da história da vela, Torben Grael, 49, desistiu de tentar aumentar a coleção em Pequim-2008 para navegar por outros mares, literalmente.
Agora, depois de duas voltas ao mundo e títulos inéditos, o velejador conhecido como "Turbina" retorna às competições de vela olímpica.
Ao lado de Marcelo Ferreira, Torben disputa a partir de hoje a Taça Royal Thames, no Iate Clube do Rio de Janeiro.
A competição é tradicional e, neste ano, além da elite brasileira, vai contar com várias estrelas internacionais, já que o Mundial de star está marcado para janeiro, também no Rio.
"Estou meio enferrujado, já que estou afastado da star há um bom tempo", disse o bicampeão olímpico da classe. "Vamos ver o que dá para fazer."
O "treino de luxo" para o Mundial atraiu a elite da star.
Além de marcar o retorno de Torben, a Royal Thames terá a presença de Robert Scheidt e Bruno Prada, vice-campeões em Pequim-2008, e Lars Grael e Ronald Seifert, medalha de bronze no último Mundial.
Entre os estrangeiros, destaque para os suíços Flavio Marazzi e Enrico de Maria, líderes do ranking mundial, e os americanos George Szabo e Rick Peters, campeões mundiais.
Antes do Mundial, acontece o Sul-Americano, na semana que vem e no mesmo local, mas Torben considera o tempo insuficiente para uma boa readaptação. "Seriam necessários uns seis meses de preparação."
Longe da star, Torben foi eleito pela primeira vez o velejador do ano pela Federação Internacional de Vela. Pesou para o título inédito (após quatro indicações) a conquista de forma avassaladora da Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo, em sua segunda tentativa.
Como capitão do Ericsson 4, Torben foi vitorioso em cinco e esteve no pódio em oito das dez etapas da competição. "É um título importantíssimo, que coroa uma temporada muito boa", afirmou ele, que diz ainda não saber o que vai priorizar neste ciclo olímpico.
Segundo Torben, é necessário aguardar o que vai acontecer nos próximos meses.
Para desafiar Scheidt e o irmão Lars por uma vaga em Londres-2012, Torben afirma que teria que estruturar um programa. "Mesmo com meu currículo, nunca é muito fácil conseguir patrocínio."
Proeiro de Torben, Marcelo Ferreira reconhece que a parceria está um pouco atrás das rivais. "Mas ele [Torben] está com bastante gás para a star."


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