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Velejador do ano, Torben retorna à star "enferrujado"
Após vencer a regata de volta ao mundo, brasileiro disputa classe olímpica, mas ainda não sabe a que vai se dedicar
Recordista de medalhas em Jogos reconhece estar atrás de adversários e faz treino de luxo no Rio, no mesmo local do Mundial de janeiro
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Recordista de pódios olímpicos (dois ouros, uma prata e
dois bronzes) da história da vela, Torben Grael, 49, desistiu de
tentar aumentar a coleção em
Pequim-2008 para navegar por
outros mares, literalmente.
Agora, depois de duas voltas
ao mundo e títulos inéditos, o
velejador conhecido como
"Turbina" retorna às competições de vela olímpica.
Ao lado de Marcelo Ferreira,
Torben disputa a partir de hoje
a Taça Royal Thames, no Iate
Clube do Rio de Janeiro.
A competição é tradicional e,
neste ano, além da elite brasileira, vai contar com várias estrelas internacionais, já que o
Mundial de star está marcado
para janeiro, também no Rio.
"Estou meio enferrujado, já
que estou afastado da star há
um bom tempo", disse o bicampeão olímpico da classe. "Vamos ver o que dá para fazer."
O "treino de luxo" para o
Mundial atraiu a elite da star.
Além de marcar o retorno de
Torben, a Royal Thames terá a
presença de Robert Scheidt e
Bruno Prada, vice-campeões
em Pequim-2008, e Lars Grael
e Ronald Seifert, medalha de
bronze no último Mundial.
Entre os estrangeiros, destaque para os suíços Flavio Marazzi e Enrico de Maria, líderes
do ranking mundial, e os americanos George Szabo e Rick Peters, campeões mundiais.
Antes do Mundial, acontece
o Sul-Americano, na semana
que vem e no mesmo local, mas
Torben considera o tempo insuficiente para uma boa readaptação. "Seriam necessários
uns seis meses de preparação."
Longe da star, Torben foi
eleito pela primeira vez o velejador do ano pela Federação Internacional de Vela. Pesou para
o título inédito (após quatro indicações) a conquista de forma
avassaladora da Volvo Ocean
Race, regata de volta ao mundo,
em sua segunda tentativa.
Como capitão do Ericsson 4,
Torben foi vitorioso em cinco e
esteve no pódio em oito das dez
etapas da competição. "É um título importantíssimo, que coroa uma temporada muito
boa", afirmou ele, que diz ainda
não saber o que vai priorizar
neste ciclo olímpico.
Segundo Torben, é necessário aguardar o que vai acontecer nos próximos meses.
Para desafiar Scheidt e o irmão Lars por uma vaga em
Londres-2012, Torben afirma
que teria que estruturar um
programa. "Mesmo com meu
currículo, nunca é muito fácil
conseguir patrocínio."
Proeiro de Torben, Marcelo
Ferreira reconhece que a parceria está um pouco atrás das
rivais. "Mas ele [Torben] está
com bastante gás para a star."
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