São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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análise

Um clube à flor da pele

PAULO VINICIUS COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

A REFLEXÃO foi feita por dirigente do Palmeiras, no início da crise: "Trocar de técnico no meio do campeonato é um desastre". Ele não discordava da atuação de sua diretoria. Só avaliava com lucidez o que ocorreu de 20 de junho, quando o presidente Belluzzo demitiu Luxemburgo, a 20 deste mês.
De lá para cá, tudo no Palmeiras foi emocional. Por que Luxemburgo foi demitido? Porque Belluzzo se irritou com a quebra de hierarquia, ao ouvir o técnico falar que Keirrison não jogaria mais pelo Palmeiras. Ficou subentendido que o técnico jogou o patrimônio do clube no lixo. Pois, há dois dias, a direção fez o mesmo, ao demitir Obina e Maurício.
Entre os dois extremos, o Palmeiras segurou os atletas e trouxe Vagner Love e Muricy Ramalho. Sinais de ambição.
Elogiada por mim em 30 de agosto, a atuação do Palmeiras foi perfeita ao trazer Muricy. Ocorre que o treinador significava a ruptura do time com seu estilo. O clube confiou a Luxemburgo montar o elenco. Ele fez um time de toque de bola e velocidade. Com Jorginho e o mesmo jeito de jogar, os resultados foram melhores. Ao chegar, Muricy representava duas coisas: 1) ambição; 2) o estilo oposto ao do velho técnico.
Podia dar certo, mas o ônus era o time não se adaptar ao seu novo jeito de jogar e os resultados minguarem. Aconteceu.
O fiasco trará cobrança para a sequência de Muricy, em 2010. Ele montará seu time, mas direção e torcida irão cobrá-lo com a mente nos erros de 2009.
Felipão viveu caso similar em 98, após ser humilhado no Paulista pelo São Paulo. Sobreviveu, ganhou Copa do Brasil e Libertadores. Dessa época, o Palmeiras deve herdar os pés no chão. Hoje tal característica não existe no clube.


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