São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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NATAÇÃO
Com programa de incentivo e premiação, atletas de ponta podem receber até R$ 75 mil ao ano, sem patrocínio
Copa do Mundo abre caça a prêmios

FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local

A primeira etapa da Copa do Mundo de natação, que começa hoje na piscina do Vasco, no Rio de Janeiro, abre a temporada "profissional" para os brasileiros.
A partir de hoje até dezembro de 99, os nadadores terão incentivos para melhorar suas marcas.
Um atleta como Fernando Scherer, eleito o melhor do ano pelos leitores da revista norte-americana "Swimming World", pode arrecadar cerca de R$ 75 mil.
A conta de Scherer pode começar a engordar na Copa do Mundo. Se terminar em primeiro lugar na categoria velocidade em estilo livre, o nadador, líder do ranking de 98 nos 50 m e 100 m livre, receberá US$ 10 mil (veja quadro abaixo) da Federação Internacional.
Outra fonte de renda para o nadador catarinense é o programa de incentivo lançado ontem pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
Um recorde mundial vale R$ 50 mil. Scherer, dono da quarta melhor marca da história dos 100 m livre (48s69), disse que quer superar o recorde do russo Alexander Popov (48s21) nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em julho.
Caso conquiste a marca e consiga o ouro na prova dos 50 m livre, na qual é o atual campeão pan-americano, Scherer embolsa mais R$ 6.000, R$ 3.000 para cada ouro.
O programa promete pagar R$ 2.500 por recorde sul-americano.
O velocista anunciou que vai tentar duas marcas sul-americanas, nos 50 m e 100 m livre, no Troféu José Finkel, o Campeonato Brasileiro em piscina curta (25 metros), em dezembro, no Rio.
O melhor tempo nos 50 m livre no continente é do venezuelano Francisco Sánchez, com 21s80. Scherer faz nove centésimos a mais. Nos 100 m livre, o recorde pertence ao brasileiro, com 47s63.
Se quebrar esses recordes, Scherer recebe R$ 5.000 e é candidato ao melhor índice técnico da competição e aos R$ 1.000 de prêmio.
O nadador também recebe em desafios de velocidade realizados no Brasil. Em 98, foram duas participações e ganhou R$ 1.025.
Scherer nada em dezembro em Recife o último desafio de 98. O ex-nadador Djan Madruga, organizador dos torneios, disse que três etapas estão garantidas para 99.
Somando os US$ 10 mil na Copa do Mundo, os R$ 50 mil pelo recorde mundial, os R$ 6.000 pelas medalhas no Pan, os R$ 5.000 pelos recordes sul-americanos, os R$ 1.000 pelo índice técnico no Finkel e os R$ 1.025 referentes aos desafios, Scherer pode embolsar aproximadamente R$ 75 mil em 99, fora os patrocínios.
O total é mais de 300 vezes maior do que o valor que o atleta disse, em agosto, gastar para treinar em Miami (EUA), US$ 200 por mês.



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