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Brasil, líder na conferência do clima, é lento nas ações
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos líderes nas negociações da conferência do clima
em Copenhague (COP), o Brasil caminha com passos tímidos
para evitar ser marcado, em
2014, como sede do evento esportivo que mais emitirá gases
de efeito estufa na história.
Restando quatro anos para a
Copa, membros do Comitê Organizador Local (COL) e do Ministério do Meio Ambiente ainda não conversaram sobre a
possibilidade de fazerem um
evento neutro em carbono.
"Isso [conversas com o Ministério do Meio Ambiente] é
mais para a frente. Mas, pelo
que eu conversei com o pessoal
do comitê, a neutralização deve
ocorrer no Brasil", afirmou Rodrigo Paiva, assessor de imprensa do comitê organizador
do Mundial de 2014.
O Ministério do Meio Ambiente confirmou a inexistência de um diálogo inicial com a
organização da Copa no Brasil.
"Quando a gente voltar ao
Brasil, as coisas vão começar a
se estruturar. O foco está na negociação em Copenhague, e isso [neutralização da Copa] fica
para depois", disse Branca
Americano, diretora de Mudanças Climáticas da pasta.
Enquanto isso, sem alarde,
tramita no Senado um projeto
de lei que pretende tornar obrigatória a neutralização da
emissão de gases de efeito estufa no Mundial de 2014. O projeto é de autoria do ex-senador
Expedito Júnior (PSDB-RO),
cujo mandato foi cassado recentemente. E permanece nas
mãos do relator, senador Cícero Lucena (PSDB-PB).
Redigido inicialmente em fevereiro de 2008, o projeto de lei
está travado desde junho na
pauta da Comissão de Meio
Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização do Senado.
Segundo o texto, a neutralização da emissão de gases de
efeito estufa na Copa-2014 servirá para "explicitar para a comunidade internacional que o
nosso país não foge às suas responsabilidades no que se refere
ao esforço planetário de combate ao aquecimento global".
Apesar da boa intenção, o
projeto de lei peca pela simplicidade. É composto somente
por três artigos, que não especificam exatamente como será
adotada a neutralização nem de
onde partirão os recursos necessários para colocar em prática a medida proposta.
Uma das poucas especificações se referem aos futuros beneficiados pela neutralização.
O projeto prevê que "o organizador do evento", no caso o
COL, compartilhará com o poder público os recursos arrecadados com a comercialização
dos créditos de carbono decorrentes da neutralização.0
(MB)
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