São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Brasil, líder na conferência do clima, é lento nas ações

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos líderes nas negociações da conferência do clima em Copenhague (COP), o Brasil caminha com passos tímidos para evitar ser marcado, em 2014, como sede do evento esportivo que mais emitirá gases de efeito estufa na história.
Restando quatro anos para a Copa, membros do Comitê Organizador Local (COL) e do Ministério do Meio Ambiente ainda não conversaram sobre a possibilidade de fazerem um evento neutro em carbono.
"Isso [conversas com o Ministério do Meio Ambiente] é mais para a frente. Mas, pelo que eu conversei com o pessoal do comitê, a neutralização deve ocorrer no Brasil", afirmou Rodrigo Paiva, assessor de imprensa do comitê organizador do Mundial de 2014.
O Ministério do Meio Ambiente confirmou a inexistência de um diálogo inicial com a organização da Copa no Brasil.
"Quando a gente voltar ao Brasil, as coisas vão começar a se estruturar. O foco está na negociação em Copenhague, e isso [neutralização da Copa] fica para depois", disse Branca Americano, diretora de Mudanças Climáticas da pasta.
Enquanto isso, sem alarde, tramita no Senado um projeto de lei que pretende tornar obrigatória a neutralização da emissão de gases de efeito estufa no Mundial de 2014. O projeto é de autoria do ex-senador Expedito Júnior (PSDB-RO), cujo mandato foi cassado recentemente. E permanece nas mãos do relator, senador Cícero Lucena (PSDB-PB).
Redigido inicialmente em fevereiro de 2008, o projeto de lei está travado desde junho na pauta da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização do Senado.
Segundo o texto, a neutralização da emissão de gases de efeito estufa na Copa-2014 servirá para "explicitar para a comunidade internacional que o nosso país não foge às suas responsabilidades no que se refere ao esforço planetário de combate ao aquecimento global".
Apesar da boa intenção, o projeto de lei peca pela simplicidade. É composto somente por três artigos, que não especificam exatamente como será adotada a neutralização nem de onde partirão os recursos necessários para colocar em prática a medida proposta.
Uma das poucas especificações se referem aos futuros beneficiados pela neutralização. O projeto prevê que "o organizador do evento", no caso o COL, compartilhará com o poder público os recursos arrecadados com a comercialização dos créditos de carbono decorrentes da neutralização.0 (MB)


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