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Ecoarenas continuam só no papel
DA REPORTAGEM LOCAL
Há dois meses, o comitê
organizador da Copa de
2014 recomendou que os
estádios sejam certificados pelo Leed, sistema de
classificação de edificações por critérios de sustentabilidade da ONG
Green Building Council.
A meta é que o Brasil seja o primeiro a ter uma Copa em que todos os estádios sejam certificados.
Apesar de a ideia ter sido
bem recebida por todos os
arquitetos do Mundial,
poucas arenas estão efetivamente inscritas no processo de obtenção do selo.
"Pelo que eu saiba, são
só três: Manaus, Cuiabá e
Brasília", afirmou Carlos
de La Corte, consultor de
estádios do comitê.
Segundo ele, o número
baixo de adesões ao Leed
se deve ao fato de que muitos projetos de estádios
ainda estão na fase inicial.
"Quando forem detalhar os projetos, todas as
cidades disseram que seus
estádios terão a certificação", disse o consultor.
Para Danilo Carvalho,
do Grupo Stadia, empresa
que atua nos projetos de
Cuiabá, Natal e Manaus,
quanto mais tarde ocorrer
a inscrição, maior será o
custo sobre a obra.
"A certificação desde o
inicio do projeto tem pouco impacto sobre o custo
inicial. Encarece em 5% ou
6% esse gasto inicial, que
acaba sendo recuperado,
em média, em dez anos."
O arquiteto Vicente de
Castro Mello, um dos autores da arena de Brasília,
defende a antecipação da
inscrição para evitar que,
no futuro, quando o projeto sair do papel, a obra perca suas características ligadas à sustentabilidade.
"Tem muita construtora
que acha ruim a certificação porque tem menos liberdade para fazer a obra.
Não pode usar material
mais barato e de origem
duvidosa", afirma Castro
Mello, que, ao lado do economista Ian Mckee, é um
dos mais ferrenhos defensores de um projeto denominado EcoArenas.
A ecoarena ideal, por
exemplo, prevê reutilização de água de chuva na irrigação do campo e nos banheiros, uso de painéis solares nas coberturas e ventilação racional para evitar
o uso de ar condicionado.
Segundo ele, um estádio
que seguir as exigências do
Leed terá uma economia
de 30% a 50% no consumo
de energia e água.
(MB)
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