São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Ecoarenas continuam só no papel

DA REPORTAGEM LOCAL

Há dois meses, o comitê organizador da Copa de 2014 recomendou que os estádios sejam certificados pelo Leed, sistema de classificação de edificações por critérios de sustentabilidade da ONG Green Building Council.
A meta é que o Brasil seja o primeiro a ter uma Copa em que todos os estádios sejam certificados.
Apesar de a ideia ter sido bem recebida por todos os arquitetos do Mundial, poucas arenas estão efetivamente inscritas no processo de obtenção do selo.
"Pelo que eu saiba, são só três: Manaus, Cuiabá e Brasília", afirmou Carlos de La Corte, consultor de estádios do comitê.
Segundo ele, o número baixo de adesões ao Leed se deve ao fato de que muitos projetos de estádios ainda estão na fase inicial.
"Quando forem detalhar os projetos, todas as cidades disseram que seus estádios terão a certificação", disse o consultor.
Para Danilo Carvalho, do Grupo Stadia, empresa que atua nos projetos de Cuiabá, Natal e Manaus, quanto mais tarde ocorrer a inscrição, maior será o custo sobre a obra.
"A certificação desde o inicio do projeto tem pouco impacto sobre o custo inicial. Encarece em 5% ou 6% esse gasto inicial, que acaba sendo recuperado, em média, em dez anos."
O arquiteto Vicente de Castro Mello, um dos autores da arena de Brasília, defende a antecipação da inscrição para evitar que, no futuro, quando o projeto sair do papel, a obra perca suas características ligadas à sustentabilidade.
"Tem muita construtora que acha ruim a certificação porque tem menos liberdade para fazer a obra. Não pode usar material mais barato e de origem duvidosa", afirma Castro Mello, que, ao lado do economista Ian Mckee, é um dos mais ferrenhos defensores de um projeto denominado EcoArenas.
A ecoarena ideal, por exemplo, prevê reutilização de água de chuva na irrigação do campo e nos banheiros, uso de painéis solares nas coberturas e ventilação racional para evitar o uso de ar condicionado.
Segundo ele, um estádio que seguir as exigências do Leed terá uma economia de 30% a 50% no consumo de energia e água. (MB)


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