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Após Kaká, City agora "perde" Robinho
Um dia após a negociação com atleta do Milan fracassar, time inglês vê seu camisa 10 deixar treinamentos e viajar ao Brasil
Jogador diz, em site, que diretoria havia permitido a viagem, porém clube de Manchester nega que tenha concedido autorização
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após sofrer o revés da
negativa do meia-atacante Kaká, que se recusou a ser o protagonista da transferência mais
cara do futebol mundial, o inglês Manchester City amargou
outra decepção brasileira.
Ontem foi a vez de o atacante
Robinho, camisa 10 da equipe,
atrair as atenções para o clube e
causar mais especulações sobre
a equipe, cujo projeto é se tornar uma potência do futebol
europeu, mas que vem obtendo
nesta temporada resultados
negativos em campo.
No seu site oficial, o jogador
confirma que deixou a concentração do elenco, em Tenerife,
na Espanha, para vir ao Brasil
resolver problemas familiares.
Diz ainda, no comunicado
que tem como título "Eu estou
feliz no Manchester City", que
o clube estava ciente da viagem
desde o início do mês.
"O clube concordou [com a
vinda ao Brasil], e eu estava grato por isso. Até ontem, achava
que não haveria problemas
com os meus planos", afirma
Robinho em seu site.
A diretoria do Manchester,
porém, nega que o jogador tivesse autorização para deixar o
centro de treinamento onde se
encontra o grupo comandado
pelo técnico Mark Hughes.
"Sei que Robinho não está
em Tenerife. É uma violação da
disciplina do clube, e eu estou
esperando por uma satisfação
[dele]", disse Garry Cook, diretor-executivo do clube.
De acordo com entrevistas
dadas por Cook, o jogador pode
ser multado pela atitude.
Robinho, que não esclareceu
quais seriam os problemas familiares que motivaram a sua já
polêmica viagem, fez questão
de expor que a decisão de deixar Tenerife não tem qualquer
ligação com o fracasso das negociações que atingiram estratosféricos R$ 365 milhões e visavam a ida de Kaká para o menos famoso dos clubes de Manchester -o United é o campeão
mundial e lidera o Inglês.
"É importante frisar que eu
não retornei ao Brasil por causa
da situação do Kaká. Ele é um
dos meus melhores amigos e
seria ótimo vê-lo no Manchester City, mas não há o que fazer
após a decisão dele de permanecer no Milan."
A reportagem apurou que, de
fato, o jogador já tinha planos
de vir ao Brasil desde a semana
passada. Mas, sem esclarecimentos, a viagem do brasileiro
deu margem a especulações da
mídia inglesa. O jornal "Daily
Mail" disse que o jogador havia
discutido com Hughes depois
que o técnico voltou atrás na
promessa de deixá-lo passar o
aniversário em casa. Robinho
fará 25 anos no domingo.
Procurada pela imprensa,
entretanto, a diretoria do Manchester se negou a fazer comentários sobre o possível desentendimento entre os dois.
O que se sabe é que Garry
Cook convocou uma reunião da
diretoria para discutir como o
clube dará continuidade ao seu
projeto após a recusa de Kaká e
o "desaparecimento" de Robinho, o qual ainda segue com o
status de contratação de maior
peso da equipe.
Em setembro, o ex-santista
se transferiu do Real Madrid
para o Manchester após uma
transação R$ 100,73 milhões.
Na época, em entrevista à
Folha, ele admitiu estar ciente
de que a equipe não era "de
ponta", mas se mostrou entusiasmado ao falar sobre o projeto traçado pelo grupo árabe que
assumira o clube.
Ontem, no seu site, ele voltou
a afirmar que estava "comprometido em ajudar o clube Manchester a se tornar a força que
os donos garantiram que seria".
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