São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Após Kaká, City agora "perde" Robinho

Um dia após a negociação com atleta do Milan fracassar, time inglês vê seu camisa 10 deixar treinamentos e viajar ao Brasil

Jogador diz, em site, que diretoria havia permitido a viagem, porém clube de Manchester nega que tenha concedido autorização


DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após sofrer o revés da negativa do meia-atacante Kaká, que se recusou a ser o protagonista da transferência mais cara do futebol mundial, o inglês Manchester City amargou outra decepção brasileira.
Ontem foi a vez de o atacante Robinho, camisa 10 da equipe, atrair as atenções para o clube e causar mais especulações sobre a equipe, cujo projeto é se tornar uma potência do futebol europeu, mas que vem obtendo nesta temporada resultados negativos em campo.
No seu site oficial, o jogador confirma que deixou a concentração do elenco, em Tenerife, na Espanha, para vir ao Brasil resolver problemas familiares.
Diz ainda, no comunicado que tem como título "Eu estou feliz no Manchester City", que o clube estava ciente da viagem desde o início do mês.
"O clube concordou [com a vinda ao Brasil], e eu estava grato por isso. Até ontem, achava que não haveria problemas com os meus planos", afirma Robinho em seu site.
A diretoria do Manchester, porém, nega que o jogador tivesse autorização para deixar o centro de treinamento onde se encontra o grupo comandado pelo técnico Mark Hughes.
"Sei que Robinho não está em Tenerife. É uma violação da disciplina do clube, e eu estou esperando por uma satisfação [dele]", disse Garry Cook, diretor-executivo do clube.
De acordo com entrevistas dadas por Cook, o jogador pode ser multado pela atitude.
Robinho, que não esclareceu quais seriam os problemas familiares que motivaram a sua já polêmica viagem, fez questão de expor que a decisão de deixar Tenerife não tem qualquer ligação com o fracasso das negociações que atingiram estratosféricos R$ 365 milhões e visavam a ida de Kaká para o menos famoso dos clubes de Manchester -o United é o campeão mundial e lidera o Inglês.
"É importante frisar que eu não retornei ao Brasil por causa da situação do Kaká. Ele é um dos meus melhores amigos e seria ótimo vê-lo no Manchester City, mas não há o que fazer após a decisão dele de permanecer no Milan."
A reportagem apurou que, de fato, o jogador já tinha planos de vir ao Brasil desde a semana passada. Mas, sem esclarecimentos, a viagem do brasileiro deu margem a especulações da mídia inglesa. O jornal "Daily Mail" disse que o jogador havia discutido com Hughes depois que o técnico voltou atrás na promessa de deixá-lo passar o aniversário em casa. Robinho fará 25 anos no domingo.
Procurada pela imprensa, entretanto, a diretoria do Manchester se negou a fazer comentários sobre o possível desentendimento entre os dois.
O que se sabe é que Garry Cook convocou uma reunião da diretoria para discutir como o clube dará continuidade ao seu projeto após a recusa de Kaká e o "desaparecimento" de Robinho, o qual ainda segue com o status de contratação de maior peso da equipe.
Em setembro, o ex-santista se transferiu do Real Madrid para o Manchester após uma transação R$ 100,73 milhões.
Na época, em entrevista à Folha, ele admitiu estar ciente de que a equipe não era "de ponta", mas se mostrou entusiasmado ao falar sobre o projeto traçado pelo grupo árabe que assumira o clube.
Ontem, no seu site, ele voltou a afirmar que estava "comprometido em ajudar o clube Manchester a se tornar a força que os donos garantiram que seria".


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