São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Ex-técnico de Joanna processa atleta e mãe por difamação

Advogado da nadadora diz ter mais duas supostas vítimas de abuso sexual

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Eugênio Miranda, ex-técnico de Joanna Maranhão, entrou ontem na Justiça com processo de difamação contra a atleta e a mãe dela, Teresinha, que o denunciaram como responsável pelo suposto abuso sexual sofrido pela nadadora na infância.
As duas, porém, mantiveram a acusação e anunciaram, por meio de seu advogado, Carlos Gil, que mais duas supostas vítimas de Miranda as procuraram para testemunhar a favor da esportista. Seus nomes não foram divulgados.
O advogado do treinador, João Olympio Mendonça, disse que não comentaria sobre "gente que não tem nome e não aparece" e anunciou que ainda neste mês seu cliente reivindicará, também na Justiça, indenização por perdas e danos. O valor, afirmou, será decidido pelo juiz porque "o prejuízo é grande, incomensurável".
"Hoje, ele está conhecido no Brasil e, por que não dizer, no mundo todo, como pessoa que pratica atos de libidinagem com crianças e adolescentes."
"Isso, eu diria, é capaz, se já não ocorreu, de liquidá-lo profissionalmente. A extensão do dano é algo que nós não podemos ter idéia", completou.
Após a acusação, Miranda foi afastado da escola onde dava aulas de natação para crianças e jovens, em Olinda. Casado e pai de dois filhos, ele diz que é inocente e que acredita, segundo seu advogado, que foi acusado por espaço na mídia às vésperas da Olimpíada de Pequim.
"A Joanna não tem ido bem nos últimos tempos, não foi bem no Pan, e isso seria uma forma de chamar atenção para si, desviando a mídia de uma série de críticas que vinha fazendo à sua atuação esportiva", declarou. A atleta, quinta nos 400 m medley na Olimpíada de Atenas-2004, ainda não tem índice para nadar na China.
"Eugênio entende que foi eleito o bode expiatório", disse o advogado do treinador.
Já o advogado de Joanna e da mãe dela disse que o processo não as preocupa. "Em momento nenhum elas mentiram."
Segundo ele, as outras duas supostas vítimas do professor de natação se apresentaram à família, e uma delas já formalizou a acusação em cartório.
A história surgiu no dia 7. Sem citar nomes, a atleta contou que foi vítima de um técnico aos nove anos, no Clube Náutico Capibaribe, em Recife (PE). Sua mãe revelou o nome do treinador. Ela confirmou.


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