São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Piloto da Stock faz acusações e vai ao STJD

Renato Russo reclama da falta de profissionalismo

DA REPORTAGEM LOCAL

A Vicar, organizadora da Stock Car, e a Confederação Brasileira de Automobilismo resolveram enquadrar o piloto Renato Russo, 40, que no ano passado se envolveu no acidente que matou Rafael Sperafico durante a última etapa da Stock Light, em Interlagos.
Em entrevista publicada ontem pelo "Estado de S. Paulo", Russo fez denúncias sobre o amadorismo da categoria e acusou pilotos de beber e usar drogas antes das provas.
As declarações foram questionadas pela Vicar, organizadora do campeonato, e fizeram com que a CBA encaminhasse o caso à Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da entidade.
Russo pode até ser proibido de competir neste ano, já que há um artigo no regulamento desportivo da Stock Car que prevê punição e multa a quem "ofenda ou deixe dúvidas quanto ao comportamento ou posicionamento de outros pilotos, equipes, direção da prova ou comissários da prova".
Coincidência ou não, ontem o piloto abrandou seu discurso. "Fui mal interpretado", disse ele, que ficou quase dois meses internado e teve alta na segunda. "O que eu queria era dizer que o exame antidoping deveria ser obrigatório em todas as categorias do automobilismo porque existem pilotos que fumam, bebem e cheiram durante a semana. Não necessariamente na Stock Car ou na Stock Light", falou Russo. "Vai saber em que categoria isso ocorre?"
"Fiquei bastante surpreso e não sei o que levou o Renato a fazer tais declarações", disse Carlos Col, presidente da Vicar. "Muitos pilotos ficaram indignados, e ele lançou uma suspeita generalizada que pode gerar conseqüências", completou.
Russo justificou suas palavras dizendo que, após o acidente em Interlagos, passou a ver as coisas de maneira diferente. "Antes eu não usava camiseta, calça e meia antichama. Ontem, gastei R$ 1.130 em roupas para mim e meu companheiro de equipe [Cristiano Federico], porque hoje eu poderia não estar aqui se o tanque do meu carro tivesse explodido", declarou ele, que disse ainda nunca ter visto a CBA vistoriar os uniformes dos pilotos. "Eles só se preocupam em ver se o bordado está no lugar certo."
Segundo Nestor Valduga, presidente do Conselho Técnico Desportivo da confederação, existem inspeções regulares.
"Todas as quintas-feiras de corrida realizamos uma vistoria prévia de segurança dos pilotos", declarou Valduga.
As declarações de Russo provocaram um jogo de empurra entre a Vicar e a CBA.
No caso do exame antidoping obrigatório sugerido pelo piloto, por exemplo, ambas declaram que a responsabilidade de fazer os testes é da outra.
Para a temporada que começa em 13 de abril, a possibilidade da realização dos exames já consta do regulamento, mas sem detalhes sobre quem é o responsável por fazê-los.
Segundo a Vicar, a confederação é responsável pelos testes, mas a organização está disposta a arcar com os custos.
A CBA, por sua parte, diz que é responsabilidade do promotor contratar os serviços médicos e testar os pilotos da Stock.
O antidoping consta do Código Desportivo Internacional da FIA e segue os padrões do Comitê Olímpico Internacional.


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