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Piloto da Stock faz acusações e vai ao STJD
Renato Russo reclama da falta de profissionalismo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Vicar, organizadora da
Stock Car, e a Confederação
Brasileira de Automobilismo
resolveram enquadrar o piloto
Renato Russo, 40, que no ano
passado se envolveu no acidente que matou Rafael Sperafico
durante a última etapa da Stock
Light, em Interlagos.
Em entrevista publicada ontem pelo "Estado de S. Paulo",
Russo fez denúncias sobre o
amadorismo da categoria e
acusou pilotos de beber e usar
drogas antes das provas.
As declarações foram questionadas pela Vicar, organizadora do campeonato, e fizeram
com que a CBA encaminhasse o
caso à Comissão Disciplinar do
Superior Tribunal de Justiça
Desportiva da entidade.
Russo pode até ser proibido
de competir neste ano, já que
há um artigo no regulamento
desportivo da Stock Car que
prevê punição e multa a quem
"ofenda ou deixe dúvidas quanto ao comportamento ou posicionamento de outros pilotos,
equipes, direção da prova ou
comissários da prova".
Coincidência ou não, ontem
o piloto abrandou seu discurso.
"Fui mal interpretado", disse
ele, que ficou quase dois meses
internado e teve alta na segunda. "O que eu queria era dizer
que o exame antidoping deveria ser obrigatório em todas as
categorias do automobilismo
porque existem pilotos que fumam, bebem e cheiram durante a semana. Não necessariamente na Stock Car ou na Stock
Light", falou Russo. "Vai saber
em que categoria isso ocorre?"
"Fiquei bastante surpreso e
não sei o que levou o Renato a
fazer tais declarações", disse
Carlos Col, presidente da Vicar.
"Muitos pilotos ficaram indignados, e ele lançou uma suspeita generalizada que pode gerar
conseqüências", completou.
Russo justificou suas palavras dizendo que, após o acidente em Interlagos, passou a
ver as coisas de maneira diferente. "Antes eu não usava camiseta, calça e meia antichama.
Ontem, gastei R$ 1.130 em roupas para mim e meu companheiro de equipe [Cristiano Federico], porque hoje eu poderia
não estar aqui se o tanque do
meu carro tivesse explodido",
declarou ele, que disse ainda
nunca ter visto a CBA vistoriar
os uniformes dos pilotos. "Eles
só se preocupam em ver se o
bordado está no lugar certo."
Segundo Nestor Valduga,
presidente do Conselho Técnico Desportivo da confederação,
existem inspeções regulares.
"Todas as quintas-feiras de
corrida realizamos uma vistoria prévia de segurança dos pilotos", declarou Valduga.
As declarações de Russo provocaram um jogo de empurra
entre a Vicar e a CBA.
No caso do exame antidoping
obrigatório sugerido pelo piloto, por exemplo, ambas declaram que a responsabilidade de
fazer os testes é da outra.
Para a temporada que começa em 13 de abril, a possibilidade da realização dos exames já
consta do regulamento, mas
sem detalhes sobre quem é o
responsável por fazê-los.
Segundo a Vicar, a confederação é responsável pelos testes, mas a organização está disposta a arcar com os custos.
A CBA, por sua parte, diz que
é responsabilidade do promotor contratar os serviços médicos e testar os pilotos da Stock.
O antidoping consta do Código Desportivo Internacional da
FIA e segue os padrões do Comitê Olímpico Internacional.
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