Time litorâneo ainda não repetiu uma mesma formação titular no Paulista

Na Vila Belmiro, equipe, que ocupa a zona de descenso, deve usar esquema com três atacantes e promover a estréia do argentino Trípodi

JULYANA TRAVAGLIA
ENVIADA ESPECIAL A SANTOS

O Santos que enfrentará hoje, às 20h30, na Vila Belmiro, o Guarani não será o mesmo que foi derrotado pelo lanterna Rio Preto por 2 a 1 no último domingo, fora de casa.
Tampouco será igual aos que entraram em campo nas oito primeiras rodadas do Paulista.
Pela décima vez nesta edição do torneio, o técnico Emerson Leão não conseguirá escalar o mesmo time para uma partida.
Ora por ter atletas entregues ao departamento médico, ora por problemas de suspensões por cartões, o treinador santista ainda não conseguiu repetir uma mesma equipe no torneio.
Até mesmo problemas de relacionamento acabaram interferindo na escalação do time titular do Santos. Um bom exemplo foi o jogo contra o Barueri, quando Leão afastou o goleiro Fábio Costa da equipe.
Dos 37 jogadores que tem à disposição, Leão só não utilizou sete atletas. Dos juniores recém-promovidos ao time profissional, somente Patrik ainda não teve uma oportunidade.
Todas as outras jovens promessas oriundas das categorias de base foram a campo em algum momento para tentar livrar a equipe da zona de rebaixamento. Em vão.
O Santos inicia a décima rodada do Estadual com apenas oito pontos, dois a menos que o adversário desta noite.
Na ânsia de respirar fora do grupo dos quatro que deixam a elite do Paulista, Leão deve promover uma nova estréia.
Mariano Trípodi, um dos sete atletas que ainda não vestiram a camisa do Santos neste ano, treinou ontem ao lado de Kléber Pereira e Wesley.
Contando o atacante argentino, a formação tática mostra que Leão deve optar pelo 4-3-3 contra o time de Campinas.
Há menos de um mês no Brasil, Trípodi afirma que conta com a colaboração dos companheiros para entender o português e afirma se inspirar no estilo de jogo do compatriota Gabriel Batistuta (ex-atacante da seleção argentina) para brilhar com a camisa do Santos.
"Ele foi um grande goleador, tinha muita potência, cabeceava muito bem, chutava com os dois pés. Procuro copiar essas coisas", comentou o atleta, que ainda cultiva uma vasta cabeleira, assim como fazia o ídolo.
No treinamento, Trípodi não deixou a sua marca. E ainda viu pratas da casa e sombras como Moraes e Alemão anotarem gols jogando pelo time reserva.
Mas nem mesmo o risco de perder a chance no time ou a situação complicada em que o Santos se encontra tiram a satisfação de Trípodi.
"É um momento difícil para o Santos, mas estou contente de estar no grupo e, se jogar, farei meu melhor para ajudar em um resultado positivo", disse o atleta, que afirma não ter se assustado com o jeito de Leão.
"Ele me passou confiança, e isso me deixou muito feliz."
Mais acostumado aos ares da Vila Belmiro, o lateral-direito Denis prega que a equipe não pode mais bobear contra os adversários. "É mais que obrigação ganhar. Não podemos perder, nem empatar."