São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Brasileiros centralizam os olhares em Londres

No duelo Arsenal x Milan, Eduardo da Silva e Pato correm, mas saem sem gol

Primeiro confronto entre os times expõe idolatria até de jornalistas italianos pelo ex-Inter e adoração de ingleses pelo jovem croata-brasileiro


Tony Gentile/Reuters
Kaká, do Milan, tenta cabeceio pressionado por Senderos, do Arsenal, no empate em Londres


LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

O jogo era entre dois poderosos times de Inglaterra e Itália, válido pelo principal torneio de clubes da Europa, mas o olhar estrangeiro estava em cima de dois prodígios brasileiros.
No primeiro duelo entre Arsenal e Milan, pelas oitavas da Copa dos Campeões, o time do mais-croata-que-brasileiro Eduardo da Silva empatou em 0 a 0 com a equipe do ""novo fenômeno" Alexandre Pato.
O cartão de visita de Pato: no começo, numa bola espirrada, aplicou lençol no espanhol Fábregas e bateu de voleio. A bola desviou e não chegou a Lehmann. O jogo prometia.
E, se o primeiro tempo foi amarrado, com o Milan isolando Pato entre os zagueiros ""ingleses" e Eduardo da Silva deixando o atacante togolês Adebayor trombando sozinho com a defesa italiana, o segundo tempo foi eletrizante. Pato melhorou, participou mais, mas foi incapaz de ajudar o Milan a vencer. Depois de correr mais de 7 km, saiu com cãibras faltando 13 minutos para o fim.
Já Eduardo da Silva timidamente auxiliou o Arsenal a prensar o Milan na defesa, mas foi substituído um pouco antes de Pato, por opção tática. Os dois brasileiros são a nova geração que todos querem ver. Pato, com 17 anos, já era campeão do mundo interclubes, marcando gol na semifinal. O brasileiro Eduardo da Silva, aos 15, já jogava na Europa. Naturalizou-se croata aos 19 e desandou a fazer gols pela seleção sub-21 daquele país, merecendo seguidas convocações para o time maior.
A torcida do Arsenal celebra tanto Eduardo, 24, quanto os outros craques do time inglês, como Fábregas e Adebayor. Quando o locutor do estádio ""canta" a escalação do time, momentos antes da partida, ele introduz um ""E..." seguido por um ensurdecedor ""...duardo".
Já os seguidores do Milan gritavam ""Pato" no metrô e nas arquibancadas com tanta intensidade quanto gritavam Kaká. ""Vai, Pato, cazzo", esgoelavam-se jornalistas italianos atrás da reportagem da Folha no Emirates Stadium.
Mas Pato não foi. Kaká quase foi. E o Milan saiu com um resultado satisfatório. A obrigação era da equipe de Eduardo da Silva, que perdeu a chance de ir a Milão com vantagem quando Adebayor cabeceou a bola no travessão, aos 48min, já dentro dos acréscimos.
""Embora não tenhamos conseguido vantagem e o jogo tenha sido 0 a 0, foi uma excelente partida de futebol", declarou Eduardo da Silva. ""E o que é melhor para nós: ela ainda está a 90 minutos de acabar", falou o brasileiro-croata, em inglês.


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