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Brasileiros centralizam os olhares em Londres
No duelo Arsenal x Milan, Eduardo da Silva e Pato correm, mas saem sem gol
Primeiro confronto entre os times expõe idolatria até de jornalistas italianos pelo ex-Inter e adoração de ingleses pelo jovem croata-brasileiro
Tony Gentile/Reuters
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Kaká, do Milan, tenta cabeceio pressionado por Senderos, do Arsenal, no empate em Londres |
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES
O jogo era entre dois poderosos times de Inglaterra e Itália,
válido pelo principal torneio de
clubes da Europa, mas o olhar
estrangeiro estava em cima de
dois prodígios brasileiros.
No primeiro duelo entre Arsenal e Milan, pelas oitavas da
Copa dos Campeões, o time do
mais-croata-que-brasileiro
Eduardo da Silva empatou em
0 a 0 com a equipe do ""novo fenômeno" Alexandre Pato.
O cartão de visita de Pato: no
começo, numa bola espirrada,
aplicou lençol no espanhol Fábregas e bateu de voleio. A bola
desviou e não chegou a Lehmann. O jogo prometia.
E, se o primeiro tempo foi
amarrado, com o Milan isolando Pato entre os zagueiros ""ingleses" e Eduardo da Silva deixando o atacante togolês Adebayor trombando sozinho com
a defesa italiana, o segundo
tempo foi eletrizante. Pato melhorou, participou mais, mas
foi incapaz de ajudar o Milan a
vencer. Depois de correr mais
de 7 km, saiu com cãibras faltando 13 minutos para o fim.
Já Eduardo da Silva timidamente auxiliou o Arsenal a
prensar o Milan na defesa, mas
foi substituído um pouco antes
de Pato, por opção tática. Os
dois brasileiros são a nova geração que todos querem ver. Pato,
com 17 anos, já era campeão do
mundo interclubes, marcando
gol na semifinal. O brasileiro
Eduardo da Silva, aos 15, já jogava na Europa. Naturalizou-se
croata aos 19 e desandou a fazer
gols pela seleção sub-21 daquele país, merecendo seguidas
convocações para o time maior.
A torcida do Arsenal celebra
tanto Eduardo, 24, quanto os
outros craques do time inglês,
como Fábregas e Adebayor.
Quando o locutor do estádio
""canta" a escalação do time,
momentos antes da partida, ele
introduz um ""E..." seguido por
um ensurdecedor ""...duardo".
Já os seguidores do Milan
gritavam ""Pato" no metrô e nas
arquibancadas com tanta intensidade quanto gritavam Kaká. ""Vai, Pato, cazzo", esgoelavam-se jornalistas italianos
atrás da reportagem da Folha
no Emirates Stadium.
Mas Pato não foi. Kaká quase
foi. E o Milan saiu com um resultado satisfatório. A obrigação era da equipe de Eduardo
da Silva, que perdeu a chance
de ir a Milão com vantagem
quando Adebayor cabeceou a
bola no travessão, aos 48min, já
dentro dos acréscimos.
""Embora não tenhamos conseguido vantagem e o jogo tenha sido 0 a 0, foi uma excelente partida de futebol", declarou
Eduardo da Silva. ""E o que é
melhor para nós: ela ainda está
a 90 minutos de acabar", falou
o brasileiro-croata, em inglês.
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