|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia promete 1 homem a cada esquina
DE JOHANNESBURGO
Se há um local em que a ideia
de criar uma "bolha" de segurança durante o Mundial será
levada ao extremo é Hillbrow.
"Vamos colocar um policial
em cada esquina", promete Alfred Ndebele, superintendente
da delegacia do bairro.
Hoje, há 560 homens sob seu
comando. Na Copa, serão mais
250, deslocados de outros distritos. Chegarão em 15 de maio,
menos de um mês antes do
Mundial, e ficarão até 20 de julho, nove dias após seu fim. O
trabalho será puxado: turnos
de dez dias sem folga.
"Não há com o que se preocupar. Nosso planejamento está
de acordo com os padrões internacionais", afirma Ndebele.
O Exército também estará
por perto. Um número não informado de soldados ficará de
prontidão em bases próximas
ao bairro. Ao lado do estádio
Ellis Park, um pelotão com 15
militares ajudará na vigilância
ostensiva. "Os detalhes estão
sendo definidos. Também não
queremos intimidar as pessoas
que vão aos jogos", diz o oficial.
A estratégia da "bolha", proporcionando uma sensação
transitória de tranquilidade
durante a Copa, é a principal
estratégia dos organizadores.
Serão mobilizados grandes
contingentes de policiais, fortemente armados, nos principais
corredores a serem utilizados
por fãs, imprensa e atletas.
Nos últimos cinco anos, 55
mil novos policiais foram formados. No total, serão 100 mil
na Copa-2010. A polícia afirma
ter gasto 665 milhões de rands
(R$ 165 milhões) em equipamentos, uma lista de compras
que inclui seis helicópteros e
mais de cem veículos.
Em grande parte, a geografia
urbana montada pelo apartheid, e ainda preservada duas
décadas depois de seu fim, deverá ajudar a polícia.
As grandes favelas que concentram os maiores índices de
violência ficam bastante afastadas do centro. Nesses casos, serão montadas barreiras policiais em vias expressas que ligam os subúrbios ao centro.
Mas Hillbrow e bairros como
Jeppe (outro que fica perto do
estádio em que o Brasil estreia)
atrapalham a estratégia -são
áreas violentas na região central. Nesses locais, a "bolha"
tem que ser reforçada.
O comitê organizador também se ampara nas estatísticas.
Em 2003, pico da violência na
África do Sul, foram 127 assassinatos em Hillbrow, número
que caiu para 84 em 2007
-mas voltou a subir em 2008.
Não há dados completos sobre
2009 ainda, e a polícia "aposta"
que a criminalidade recuou.
Uma série de projetos de desenvolvimento urbano também está em curso em Hillbrow
e adjacências. O governo espera
que isso ajude a reduzir mais os
índices de violência.
(FZ)
Texto Anterior: Bairro barra-pesada não põe fé em Copa segura Próximo Texto: Novo Santos já começa a superar vitoriosos de 2002 Índice
|