São Paulo, domingo, 21 de fevereiro de 2010

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Polícia promete 1 homem a cada esquina

DE JOHANNESBURGO

Se há um local em que a ideia de criar uma "bolha" de segurança durante o Mundial será levada ao extremo é Hillbrow.
"Vamos colocar um policial em cada esquina", promete Alfred Ndebele, superintendente da delegacia do bairro.
Hoje, há 560 homens sob seu comando. Na Copa, serão mais 250, deslocados de outros distritos. Chegarão em 15 de maio, menos de um mês antes do Mundial, e ficarão até 20 de julho, nove dias após seu fim. O trabalho será puxado: turnos de dez dias sem folga.
"Não há com o que se preocupar. Nosso planejamento está de acordo com os padrões internacionais", afirma Ndebele.
O Exército também estará por perto. Um número não informado de soldados ficará de prontidão em bases próximas ao bairro. Ao lado do estádio Ellis Park, um pelotão com 15 militares ajudará na vigilância ostensiva. "Os detalhes estão sendo definidos. Também não queremos intimidar as pessoas que vão aos jogos", diz o oficial.
A estratégia da "bolha", proporcionando uma sensação transitória de tranquilidade durante a Copa, é a principal estratégia dos organizadores.
Serão mobilizados grandes contingentes de policiais, fortemente armados, nos principais corredores a serem utilizados por fãs, imprensa e atletas.
Nos últimos cinco anos, 55 mil novos policiais foram formados. No total, serão 100 mil na Copa-2010. A polícia afirma ter gasto 665 milhões de rands (R$ 165 milhões) em equipamentos, uma lista de compras que inclui seis helicópteros e mais de cem veículos.
Em grande parte, a geografia urbana montada pelo apartheid, e ainda preservada duas décadas depois de seu fim, deverá ajudar a polícia.
As grandes favelas que concentram os maiores índices de violência ficam bastante afastadas do centro. Nesses casos, serão montadas barreiras policiais em vias expressas que ligam os subúrbios ao centro.
Mas Hillbrow e bairros como Jeppe (outro que fica perto do estádio em que o Brasil estreia) atrapalham a estratégia -são áreas violentas na região central. Nesses locais, a "bolha" tem que ser reforçada.
O comitê organizador também se ampara nas estatísticas. Em 2003, pico da violência na África do Sul, foram 127 assassinatos em Hillbrow, número que caiu para 84 em 2007 -mas voltou a subir em 2008. Não há dados completos sobre 2009 ainda, e a polícia "aposta" que a criminalidade recuou.
Uma série de projetos de desenvolvimento urbano também está em curso em Hillbrow e adjacências. O governo espera que isso ajude a reduzir mais os índices de violência. (FZ)

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