São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2001

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PAINEL FC

Os grandes na mira
Cinco de sete clubes cariocas investigados pelo Grupo Especial de Auditores Fiscais da Previdência estão sendo autuados. Eles teriam cometido apropriação indébita e sonegação de contribuições previdenciárias. A Folha apurou que, entre eles, estão Botafogo, Flamengo e Fluminense. As investigações no Vasco não haviam terminado.

Pressão
Os auditores dizem que a maioria dos clubes investigados não passa para a Previdência o dinheiro recolhido dos jogadores. No Rio, no ano passado, a ação do grupo foi responsável pela arrecadação de R$ 14,5 milhões a mais em contribuições.

Matemática
A Federação do Rio há anos é considerada mais desorganizada do que a de São Paulo. Ontem, no entanto, mostrou a que ponto chegou a bagunça. Quando os auditores quiseram saber quantas cartilhas deveriam imprimir para entregar aos clubes cariocas, a entidade não soube precisar. Diz que não sabe quantos times são filiados a ela.

Conveniente
O grupo fez comentários sobre a ótima localização da nova sede da federação, que se mudou no ano passado do centro do Rio para a região do Maracanã. Ela fica em frente à Uerj, universidade na qual Eduardo Viana, presidente da entidade, leciona. Basta ele atravessar a rua para chegar à federação.

Desencontro
Apesar de o Canindé estar ameaçado de interdição pelo Contru, a Lusa insiste que, até aqui, não foi notificada pelo órgão. E continua avisando que já contratou uma empresa de engenharia para iniciar as reformas no estádio.

Sonolência
O meia Alex, do Palmeiras, mesmo satisfeito por ter sido convocado por Emerson Leão, continua incomodado com a comparação com Enéas. Um dos maiores ídolos da história da Lusa, o atleta era conhecido pela torcida por muitas vezes "dormir em campo".

Briga pelo passe
O meia Juninho Pernambucano recuperou ontem seu passe na Justiça. Conseguiu cassar no Tribunal Superior de Trabalho uma liminar que havia sido obtida pelo Vasco, seu ex-clube. O time carioca ainda pode recorrer da decisão.
Já era
O presidente Edmundo Santos Silva afirma que não, mas no Flamengo já é dado como certo que a ISL não construirá um estádio para o clube, como havia sido determinado no contrato entre as duas partes. A empresa, que tem sede na Suíça, está em crise financeira e tem reduzido os investimentos no futebol brasileiro. Até 15 de dezembro, deveria apresentar o projeto final para o time carioca. Teria cinco anos para construí-lo.

Será que sai?
No Corinthians, porém, a diretoria mostra otimismo. Segundo Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol, o HMTF irá construir o estádio do clube, na Raposo Tavares, até dezembro do ano que vem. Ele até já convidou a prefeita Marta Suplicy para participar da festa de inauguração.

Endereço
As mudanças na Traffic não terminaram. De casa nova, o empresário J. Hawilla quer agora que o site Netgol, que pertence à empresa, saia do bairro do Morumbi e ocupe a casa ao lado da sede -justamente a que a agência usava antes de mudar de endereço.

Pintura
Hawilla aguarda também uma segunda tela de Gustavo Rosa. Se a primeira do artista, colocada logo na entrada da nova sede, homenageava o futebol-arte, a outra será uma homenagem ao futebol feminino.

Defesa
Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e Pedro Dallari, advogados de Luxemburgo, insistem. Querem uma auditoria nas contas do técnico apresentadas pela CPI do Futebol no Senado. Ainda aguardam resposta.

E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA
De Paulo Nunes, sobre a crítica de Ewerthon, seu rival no ataque corintiano, que disse que o primeiro era titular só porque ganhava mais:
-Não posso me sentir culpado pelo salário que ganho. Ganho pelo que fiz e faço.
CONTRA-ATAQUE

Prognóstico reservado

Um combate de boxe na Argentina não produzia tamanha expectativa havia muito tempo.
Na Federação de Boxe da Argentina, os pesos-leves Raul Balbi e Alberto Sicurella, ambos ranqueados, participavam de uma entrevista coletiva promovendo sua luta eliminatória, cujo slogan promocional era ""Prognóstico Reservado".
O vencedor asseguraria a chance de enfrentar o campeão pela Associação Mundial de Boxe, o japonês Takanori Hatakeyama, ainda este ano.
Os jornalistas locais, animados com a perspectiva de em breve voltar a contar com um campeão mundial, disparavam todo o tipo de perguntas para ambos, que respondiam atenciosamente a todas.
Mas quando perguntaram a Sicurella qual seria o resultado, este se recusou a responder.
""Mas qual o motivo para não dar sua opinião?", insistiu um repórter. ""É que não quero desagradar os organizadores do combate", respondeu, seco, apontando para o cartaz promocional. ""O nome da luta não é prognóstico reservado?"


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