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Consultor complica Vasco na CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O depoimento do consultor do
Vasco Vanderlei Guilherme Doring levou senadores da CPI do
Futebol, no Senado, a suspeitar do
desaparecimento de R$ 630 mil
da contabilidade do clube.
O suposto desaparecimento está ligado ao depósito de R$ 2,03
milhões feito pelo Vasco na conta
de Aremithas José de Lima, funcionário do clube, segundo documentos obtidos pela CPI.
Dirigentes do Vasco alegam que
o dinheiro teria sido usado para
cobrir despesas feitas por Lima
em nome do clube, basicamente
na compra de alimentos, e que a
operação teria sido contabilizada.
Doring, no entanto, disse ontem
que o depósito contabilizado para
Lima foi de R$ 1,4 milhão e afirmou não ter conhecimento da
saída dos demais R$ 630 mil.
O consultor do Vasco pode ser
acusado no relatório final da CPI
de prática de três crimes: exercício ilegal da profissão de contador, sonegação de Imposto de
Renda e perjúrio.
Isso porque, no início do depoimento, Doring afirmou que só
trabalhou como contador do Vasco entre 1970 e 1981, ano em que
teria pedido o cancelamento de
seu registro no Conselho Regional de Contabilidade do Rio.
Deixando de trabalhar para o
clube, declarou, ele parou de assinar papéis pelo Vasco.
O relator Geraldo Althoff, porém, mostrou cópias de documentos com datas posteriores a
1981 em que Doring aparece como contador do Vasco. É o caso
de atas de reuniões de conselhos
do clube de 1994 e do balanço patrimonial de 1996. Os papéis têm a
assinatura de Doring seguida da
expressão "contador-geral".
O senador disse ainda que um
documento do Conselho de Contabilidade mostra que Doring só
pediu o cancelamento de seu registro em 1988, o que mostraria
que ele mentiu à CPI.
Doring disse que continuou a
ser tratado por "contador" por
funcionários do clube, que não
saberiam de seu desligamento, e
que os papéis que disse ter deixado de assinar eram declarações de
renda, "que são documentos do
governo", não balanços.
"Eu assinei isso aí (os balanços)
porque não via nenhum problema." A explicação não foi aceita.
"Ou é contador ou não é", disse
Maguito Vilela (PMDB-GO).
Mais tarde, Doring disse que
trabalha como consultor para o
Vasco, recebendo R$ 4,5 mil mensais. Ele confessou não declarar
esse rendimento à Receita Federal. Doring é funcionário público
e atua na Inspetoria Regional do
ICMS, em Cabo Frio.
A CPI vai pedir que a Polícia Federal, no Rio de Janeiro ouça hoje
Miguel Paz, que oficialmente é o
contador atual do Vasco.
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