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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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AUTOMOBILISMO

Na Malásia, sucesso das novas regras da categoria perde força diante do conflito no Oriente Médio

Guerra no Iraque tira euforia da F-1 na 2ª prova do ano

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG

Os 6.813 km que separam Bagdá de Kuala Lumpur não foram suficientes para manter a euforia em torno da "nova F-1". Ontem, em Sepang, nos arredores da capital malaia, o principal assunto foi a guerra no Iraque. Na próxima madrugada, ofuscada pelo conflito, a categoria define o grid para a segunda etapa da temporada.
A sessão oficial, com os carros indo à pista para uma volta lançada, será às 3h de amanhã (de Brasília). Na madrugada de hoje seria decidida a ordem dos pilotos nesse treino. Na cabeça de todos, a crise no Oriente Médio.
"Nós somos pilotos de F-1, mas não estamos de olhos fechados para o que acontece no mundo. É uma pena que toda a negociação tenha sido em torno de escolher o melhor momento para fazer a guerra. Deveria é ter tentado evitar a guerra", afirmou o pentacampeão Michael Schumacher.
"É um momento triste para todo o mundo. Não haverá vencedores. Todos perderão", disse o italiano Jarno Trulli, da Renault.
Quando o primeiro míssil riscou o céu de Bagdá, eram 10h35 em Sepang. A maioria dos pilotos estava no circuito, e a dupla ferrarista, Schumacher e Rubens Barrichello, concedia uma entrevista coletiva em um hotel da região.
Apesar das declarações dos pilotos e do clima de preocupação no paddock, a F-1, como instituição, reagiu com frieza à guerra.
"A F-1 não tem nada a ver com o conflito", disse Max Mosley, presidente da FIA, em comunicado.
A entidade manteve a programação do final de semana -a prova será às 4h de domingo.
E, diferentemente do que aconteceu nos GPs da Itália e dos EUA de 2001, após os ataques terroristas, desta vez a categoria não tomará nenhuma atitude de luto ou em respeito às vítimas da guerra.
"Soube que o [golfista] Tiger Woods desistiu de um torneio em Dubai. Aqui não dá para fazer isso. Na F-1, não se pode tomar decisões individuais", disse Schumacher. "Se Mosley decidiu manter o GP, é porque não há riscos."
Barrichello apóia a filosofia de que o "show deve continuar".
"Temos que tocar nossas vidas. Se pudermos distrair um pouco as pessoas neste final de semana, trazer diversão para os torcedores, teremos feito a nossa parte."
De uma forma ou de outra, a guerra foi um balde de água fria no entusiasmo da FIA. Animada com os resultados das novas regras, a entidade comemorava o aumento do interesse pela F-1.
Por ser um país muçulmano, 27º maior produtor de petróleo e quinta maior reserva de gás natural, a Malásia acompanha com atenção a guerra. Não será desta vez que o circuito malaio vai lotar.


NA TV - Treino oficial do GP da Malásia, Globo, ao vivo, às 3h da madrugada de sábado


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