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AUTOMOBILISMO
Na Malásia, sucesso das novas regras da categoria perde força diante do conflito no Oriente Médio
Guerra no Iraque tira euforia da F-1 na 2ª prova do ano
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG
Os 6.813 km que separam Bagdá
de Kuala Lumpur não foram suficientes para manter a euforia em
torno da "nova F-1". Ontem, em
Sepang, nos arredores da capital
malaia, o principal assunto foi a
guerra no Iraque. Na próxima
madrugada, ofuscada pelo conflito, a categoria define o grid para a
segunda etapa da temporada.
A sessão oficial, com os carros
indo à pista para uma volta lançada, será às 3h de amanhã (de Brasília). Na madrugada de hoje seria
decidida a ordem dos pilotos nesse treino. Na cabeça de todos, a
crise no Oriente Médio.
"Nós somos pilotos de F-1, mas
não estamos de olhos fechados
para o que acontece no mundo. É
uma pena que toda a negociação
tenha sido em torno de escolher o
melhor momento para fazer a
guerra. Deveria é ter tentado evitar a guerra", afirmou o pentacampeão Michael Schumacher.
"É um momento triste para todo o mundo. Não haverá vencedores. Todos perderão", disse o
italiano Jarno Trulli, da Renault.
Quando o primeiro míssil riscou o céu de Bagdá, eram 10h35
em Sepang. A maioria dos pilotos
estava no circuito, e a dupla ferrarista, Schumacher e Rubens Barrichello, concedia uma entrevista
coletiva em um hotel da região.
Apesar das declarações dos pilotos e do clima de preocupação
no paddock, a F-1, como instituição, reagiu com frieza à guerra.
"A F-1 não tem nada a ver com o
conflito", disse Max Mosley, presidente da FIA, em comunicado.
A entidade manteve a programação do final de semana -a
prova será às 4h de domingo.
E, diferentemente do que aconteceu nos GPs da Itália e dos EUA
de 2001, após os ataques terroristas, desta vez a categoria não tomará nenhuma atitude de luto ou
em respeito às vítimas da guerra.
"Soube que o [golfista] Tiger
Woods desistiu de um torneio em
Dubai. Aqui não dá para fazer isso. Na F-1, não se pode tomar decisões individuais", disse Schumacher. "Se Mosley decidiu manter o GP, é porque não há riscos."
Barrichello apóia a filosofia de
que o "show deve continuar".
"Temos que tocar nossas vidas.
Se pudermos distrair um pouco
as pessoas neste final de semana,
trazer diversão para os torcedores, teremos feito a nossa parte."
De uma forma ou de outra, a
guerra foi um balde de água fria
no entusiasmo da FIA. Animada
com os resultados das novas regras, a entidade comemorava o
aumento do interesse pela F-1.
Por ser um país muçulmano,
27º maior produtor de petróleo e
quinta maior reserva de gás natural, a Malásia acompanha com
atenção a guerra. Não será desta
vez que o circuito malaio vai lotar.
NA TV - Treino oficial do GP da
Malásia, Globo, ao vivo, às 3h
da madrugada de sábado
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