São Paulo, domingo, 21 de março de 2004

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Morumbi presencia duelo da tremedeira

EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No duelo entre São Paulo e São Caetano, hoje, às 16h, que definirá um dos semifinalistas do Paulista, não é só o clube do Morumbi, local da partida, que entra em campo com o rótulo de "pipoqueiro".
O rótulo desconfortável cabe aos dois clubes, que têm fama de fracassar em jogos decisivos. Um deles ficará no meio do caminho de novo. Quem vencer estará classificado. Um empate nos 90 minutos levará a partida para a prorrogação. Persistindo a igualdade, a vaga será decidida nos pênaltis.
No retrospecto em partidas eliminatórias contra as principais forças do futebol paulista, o time do ABC não carrega boas lembranças. Na verdade, tem uma.
Quando despontou na elite, o São Caetano eliminou o Palmeiras nas quartas-de-final da Copa João Havelange, que substituiu o Campeonato Brasileiro em 2000.
De lá para cá, foram mais quatro decisões em mata-matas diante de palmeirenses, corintianos e santistas. E o clube do ABC foi eliminado em todos os duelos.
Hoje será o primeiro confronto, em "mata", com os são-paulinos, que trazem o ônus de jamais terem batido o rival no Morumbi.
Mesmo assim, o São Caetano prefere entrar em campo como franco atirador. "O São Paulo tem uma grande equipe, um treinador capacitado. Eles têm quase que a obrigação de obter a vaga", afirmou o técnico Muricy Ramalho, ex-jogador do clube do Morumbi nos anos 70 e treinador em 1996.
Entre os são-paulinos, que ostentam uma campanha quase irretocável no Estadual, com oito vitórias e um empate (aproveitamento de 92,5%, o melhor da era profissional do torneio, a partir de 1933), a fama de levar a pior em decisões tem incomodado o técnico Cuca e os atletas.
"Se vencermos, vão esquecer essa coisa de amarelar. Temos de eliminar esses rótulos de bambi e de pipoqueiro", diz o atacante Grafite, que não teme o retrospecto favorável do rival diante de seu time. Em seis jogos, o São Caetano venceu três vezes, contra uma derrota, além de dois empates.
Na análise de Cuca a fama do clube de tremer em momentos decisivos é amenizada pelo fato de o São Paulo ter renovado seu elenco para esta temporada.
"Hoje 50% do time é diferente, o treinador é outro", disse Cuca.
O São Paulo não disputa um mata-mata desde novembro do ano passado, quando caiu diante do River Plate nas semifinais da Copa Sul-Americana.
Em meio ao clima de decisão no Paulista, o atacante Diego Tardelli acabou selando a sua sorte no Morumbi. Ele desacatou a ordem de Cuca de dormir sexta-feira no CCT e, segundo treinador, não trabalha mais com ele no clube.
O diretor Marco Aurélio Cunha também ficou irritado com o ocorrido. Durante a semana, o clube vai definir a situação de Tardelli. Em princípio, ele deverá treinar em separado.


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 16h


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