São Paulo, sábado, 21 de março de 2009

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Corinthians agora já rifa Souza

Contratado para substituir e fazer parceria com Ronaldo, atacante não rende e perde espaço no time

Chegada do centroavante provocou mal-estar entre Mano Menezes e Antônio Carlos, que perdurou até a saída do agora ex-dirigente

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Souza foi contratado para ser, primeiro, o substituto de Ronaldo e, depois, para se tornar o parceiro ideal do Fenômeno no Corinthians.
Porém, pouco mais de três meses após sua chegada ao Parque São Jorge, o atacante camisa 50 se tornou dispensável.
A diretoria do Corinthians já admite, veladamente, o erro na contratação e pensa em se livrar do jogador, que custa mensalmente cerca de R$ 170 mil, segundo maior salário do time.
A avaliação no Parque São Jorge é que o atleta jamais justificou o investimento feito pelo clube para transformá-lo em referência no ataque, 1,2 milhão, valor a ser pago em dez vezes ao Panathinaikos (Grécia), além de R$ 200 mil dados como luvas ao atleta.
Até agora, com participação em 12 dos 15 jogos em competições oficiais do time em 2009, o atacante marcou só uma vez, de pênalti -a pedido de Mano, Chicão, batedor oficial da equipe, deixou o companheiro cobrar a infração contra o Oeste.
Souza, que tem como característica mais elogiada a facilidade para fazer pivô, jogando de costas para a defesa rival na tentativa de preparar bolas para companheiros que chegam de trás, também não aparece como destaque entre os assistentes da equipe.
No clube, aponta-se a tendência de Souza perder mais espaço no elenco, basicamente por causa do bom início de Ronaldo, dois gols em três participações, e da concorrência de outros atacantes mais produtivos, como Jorge Henrique e Dentinho. O ex-flamenguista não figura mais entre as primeiras opções para o ataque, mesmo com o time jogando com três no setor ofensivo.
Souza recebeu críticas públicas até de Mano Menezes, ainda que em tom de brincadeira. "Ele disse que estava fazendo bem a parede. Falei que não tinha pedido para a diretoria contratar um centroavante pedreiro", chegou a dizer Mano.
O técnico foi um dos mentores da chegada de Souza ao Corinthians, em episódio que causou rusga entre ele e o então diretor técnico Antônio Carlos.
Segundo relato do agora ex- -dirigente a amigos, a contratação de Souza, arquitetada por Mano, pelo diretor de futebol Mário Gobbi e pelo agente Carlos Leite (que representa tanto o jogador como o técnico), ocorreu quando o clube já havia praticamente acertado a permanência do argentino Herrera, xodó da torcida.
O episódio foi o início de um mal-estar entre o treinador e o diretor técnico que durou até a saída de Antônio Carlos após o episódio da balada de Ronaldo em Presidente Prudente.


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