São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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Na estréia, Santos se preocupa com êxodo de craques

Fernando Santos/Folha Imagem
Robinho tenta bicicleta em treino do Santos, campeão no Brasileiro de 2002, vice no de 2003 e que estréia hoje na edição deste ano


MAURÍCIO EIRÓS
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O Brasileiro ainda não começou, mas o técnico do Santos, Emerson Leão, prevê dor de cabeça ao longo dos oito meses de disputa. O motivo: a necessidade de repor os jogadores que devem deixar o clube já no meio do ano.
É nesse clima que o Santos enfrenta hoje o Paraná, em Curitiba, às 21h45, no estádio Pinheirão.
Pelo menos três jogadores do grupo já estão praticamente acertados com equipes da Europa.
O próprio Leão já admite a perda de Alex, Alcides e Paulo Almeida no meio do Nacional. Seria um choque para seu sistema defensivo. Os dois primeiros são zagueiros. Almeida atua como volante.
Além disso, há fortes rumores sobre as saídas de André Luís, Renato e Diego. O que significa que meio time pode deixar a Vila Belmiro com o Brasileiro em andamento. Por ora, todos os atletas desmentem as negociações.
Leão revelou ontem que o Alcides esteve em Portugal no sábado e já teria acertado um pré-contrato com o Benfica, com duração de cinco anos. Paulo Almeida também iria para o futebol português.
O jogador havia dito que viajara para a Europa apenas para rescindir contrato com o Schalke-04, da Alemanha. Após a declaração de Leão, voltou atrás, admitiu que esteve em Portugal, mas continuou desmentindo ter fechado contrato com o clube de Lisboa.
Leão disse que sabe das dificuldades e culpou a Lei Pelé pela situação que o clube vive diante das ofertas vindas da Europa.
Segundo o treinador, é preciso ter um grupo forte e opções de reposição para um time ser vencedor em um campeonato longo.
"Não adianta só ter bons jogadores. Vão acontecer muitas suspensões, muitas contusões. Haverá perda de jogadores no decorrer da disputa. Para você ter um banco forte, você precisa ter poder financeiro forte." Segundo Leão, a Lei Pelé prejudica os clubes e deveria ser reformulada.
"Nós não vamos perder atletas porque queremos vender. Isso é fruto da Lei Pelé. Toda equipe que tem grandes jogadores deve vender um por ano, para manter o padrão de elite, e contratar novos para substituir. Quando você tem vários encerramentos de contrato pela Lei Pelé, você deixou de ser proprietário e passou a ser a vítima. E a vítima agora é o Santos."
A lei permite que a partir de cinco anos de contrato, o jogador obtenha os direitos federativos sobre seu passe, e assim não fica vinculado ao clube, que nada ganha ao negociar o jogador.
Apesar das dificuldades, Leão afirmou que o Santos é um dos favoritos ao título deste ano.
O time foi campeão em 2002 e no ano passado, na primeira experiência do Nacional com pontos corridos, ficou em segundo lugar, 13 pontos atrás do Cruzeiro.


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