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AUTOMOBILISMO
Em Imola, time estréia carro e dá sua maior cartada no Mundial de F-1
Ferrari se renova e vai para o tudo ou o nada em casa
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA
Suspensão traseira que promete
revolucionar a F-1, novos desenhos dos aerofólios, dos defletores e do assoalho, evolução do
motor e uma mistura diferente na
borracha nos pneus. A Ferrari,
enfim, revelou em Imola por que
classifica o GP de San Marino como um reinício de campeonato.
Preocupada em não deixar a
Renault sumir na ponta e pressionada a dar um carro competitivo
a Michael Schumacher, a equipe
aproveitou o fato de correr em casa no final de semana e adotou tática de risco. De tudo ou nada.
O carro que a partir de hoje disputa os primeiros treinos para a
quarta etapa do Mundial é uma
revisão completa daquele que esteve há três semanas na Austrália.
No melhor cenário, o do tudo, a
Ferrari repetirá o que já fez no
passado e sairá de Imola, a 80 km
de sua sede, em Maranello, ciente
de que tem chances de título. Mas
pode dar o nada. E o efeito interno
na equipe deve ser devastador.
A começar por Schumacher, cujo contrato termina em dezembro
e que condiciona a decisão sobre
seu futuro à competitividade do
248 F1, o modelo deste ano. "Quero lutar com o pessoal da frente."
Até agora isso não ocorreu. Em
três GPs, três vitórias da Renault,
sendo duas de Fernando Alonso.
Ontem, em Imola, Schumacher
voltou a ser questionado sobre o
assunto após a agência de notícias
alemã SID divulgar que o anúncio
sobre seu futuro seria feito na
prova de Nurburgring, na Alemanha, no início de maio.
"Não fixei hora e data para isso.
Quando eu tomar uma decisão,
irei me lembrar de avisar a todos."
A Ferrari não esconde sua intenção de bajular o alemão. Além
de buscar a vitória, a equipe quer
presenteá-lo com o último recorde que lhe resta bater. Em Imola,
Schumacher pode obter sua 66ª
pole, superando Ayrton Senna.
Para isso, usará um motor liberado até os 19 mil rpm -mil giros
a mais do que em Melbourne. A
Bridgestone ainda promete um
composto "macio, aderente e resistente". Mas a maior novidade
está na suspensão traseira: poderá
ser ajustada nos boxes, com uma
manivela. "É um GP crucial para
nós, e sabemos disso", diz o diretor esportivo Stefano Domenicali.
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