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Senado veta "exagero" de organizadores da Rio-16
Senadores rejeitam proposta de comitê de proteger termos como Rio e medalhas
Com o objetivo de defender os patrocinadores, entidade que organiza os Jogos queria convencer casa a alterar Ato Olímpico Federal e Lei Pelé
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Senadores da base do governo e da oposição vetaram ontem, em audiência, a proposta
apresentada pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos
Rio-2016 para ampliar a lista de
termos protegidos comercialmente. Entre as palavras e expressões estão, por exemplo,
"Rio", "medalhas", "vinte dezesseis" e "patrocinador".
A proposta, assinada pelo
presidente do Rio-2016, Carlos
Arthur Nuzman, foi enviada
em dezembro e, novamente,
em março ao presidente do Senado, José Sarney, que a encaminhou para a Comissão de
Educação, Cultura e Esporte.
Para ampliar as restrições ao
uso de palavras relacionadas
aos Jogos, Nuzman propunha a
alteração do Ato Olímpico Federal e da Lei Pelé.
A justificativa do Rio-2016
para a solicitação é tentar evitar o marketing de emboscada
(exploração de marca por empresa que nada pagou à entidade detentora de direitos) e, assim, proteger os patrocinadores oficiais da Olimpíada.
O senadores presentes na audiência consideraram um exagero o pedido do comitê.
"O Ato Olímpico é uma legislação nova, e a acho até rigorosa
demais. A opinião geral dos senadores é que não há nenhuma
razão para alteração. Seria colocar o interesse econômico
dos patrocinadores sobre os direitos constitucionais, como liberdade de imprensa, de expressão, de criação", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O advogado especialista em
propriedade intelectual André
Giachetta também considera
exagerada a solicitação. "O Brasil já tem uma legislação específica para evitar a concorrência
desleal, que é a lei de propriedade industrial", diz Giachetta,
que esteve ontem na audiência.
A senadora Marisa Serrano
(PSDB-MS) questionou especificamente a tentativa de alteração da Lei Pelé, que assegura o
uso do termo "Olimpíadas"
quando estiver relacionado à
prática do desporto educativo.
"Segundo a proposta, estaria
vetado também o uso de "olimpíadas escolares'", exemplifica
a senadora, em tom de reprovação. "Se depender da comissão,
a proposta está engavetada."
Apesar do veto, o comitê organizador pretende voltar a recorrer à casa legislativa.
"Poderemos voltar a procurar o Congresso para novo debate caso surja alguma situação
que não esteja protegida ou cuja defesa da proteção possa se
prolongar além do período da
realização dos Jogos, visando
sempre o aprimoramento do
Ato Olímpico", disse Leonardo
Gryner, diretor de marketing
que esteve ontem representando o Rio-2016 no Senado.
As ausências de Nuzman e do
ministro do Esporte, Orlando
Silva Jr., na audiência, irritaram alguns senadores.
"O ministro nem sequer
mandou representante, ou seja,
demonstrou desinteresse pela
matéria", comentou Dias.
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