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FUTEBOL
Para comandar a equipe, ex-técnico da seleção brasileira ganhará quase a metade que seu antecessor Celso Roth
Após três anos, Leão retorna ao Santos
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Desempregado desde o ano passado, quando treinou o Juventude
no Brasileiro -que, sob seu comando, caiu de produção e correu risco de rebaixamento-, o
ex-técnico da seleção brasileira
Emerson Leão reassumiu ontem
o Santos, quase três anos após
deixar o clube.
A apresentação do treinador
não atraiu torcedores à Vila Belmiro. Para substituir Celso Roth,
Leão firmou um acordo por seis
meses. Nesse período, ganhará R$
55 mil mensais, salário inferior
aos R$ 100 mil pagos ao técnico
gaúcho, que não aceitou reduzir
sua remuneração para ficar.
A nova união entre Santos e
Leão é uma aposta de ambos para
tentar recuperar prestígio. O clube não conquista títulos de importância desde 1984. Já o técnico
caiu no ostracismo após a fracassada passagem pela seleção brasileira, em 2001.
Coincidentemente, Leão é o
treinador que mais tempo ficou à
frente do Santos nos últimos 16
anos. Entre janeiro de 1998 e agosto de 1999, ele permaneceu no clube durante 474 dias.
Segundo o historiador do Santos, Francisco Mendes Fernandes,
o último a superar a marca de
Leão foi Castilho, que ficou 625
dias entre maio de 1984 e fevereiro
de 1986. Castilho obteve o último
título de expressão (o Paulista-84), e Leão é o responsável pela última conquista internacional (a
Conmebol-98).
Durante a entrevista que concedeu no salão do Conselho Deliberativo do clube, o técnico provocou desconforto entre os dirigentes por ter anunciado a contratação do atacante Alberto, 27, do
Rio Branco -a intenção era divulgar a informação somente
após a assinatura do contrato pelo
jogador- e a dispensa do meia
Esquerdinha, que será devolvido
ao São Caetano.
O técnico disse que trabalhará
com os novatos oriundos das categorias de base, mas afirmou que
também necessitará de jogadores
"experientes".
"Para trabalhar com jovens, é
preciso uma retaguarda. Eles têm
o direito de errar, mas quem busca o imediatismo, o resultado, não
pode errar. Então, temos de formar uma base", declarou.
O primeiro nome dessa "base"
poderá ser o volante Rincón
(atualmente sem clube), que, apesar dos atritos que acumulou com
a diretoria, tem chances de retornar ao Santos, depois de uma passagem pelo Cruzeiro. O diretor de
futebol Francisco Lopes admitiu
que os contatos com o jogador estão sendo mantidos.
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