São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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De fora, Roque Júnior contesta Parreira

DO ENVIADO A LEVERKUSEN

José Vítor Roque Júnior, 29, diz estar triste. E confuso.
Zagueiro titular na campanha vitoriosa de 2002 e há seis anos no futebol europeu, ele se preparava para atuar em "casa" na Copa do Mundo. Jogador do Bayer Leverkusen, vibrava com a decisão da CBF de concentrar a seleção brasileira em Bergisch Gladbach, cidadezinha a 22 km da sede de seu clube e a 18 km de Colônia, onde mora.
O que era vontade tornou-se quase certeza quando, três dias antes da convocação, recebeu ligação da pessoa responsável pela logística da CBF, buscando informações sobre seu paradeiro. Não significava a inclusão na lista, mas o telefonema aumentou a confiança de Roque Júnior. Sentimento que foi para o espaço na última segunda.
"Fiquei sabendo pela minha mulher. Fiquei triste, claro, mas isso acontece na carreira de um jogador. O problema foi como tudo aconteceu. Não entendi. A CBF fez um contato comigo na sexta para saber se eu estaria em Colônia ou em São Paulo. Nas outras vezes em que fizeram isso, sempre fui convocado. Não sinto revolta, não estou ferido. Estou triste e confuso", disse o zagueiro à Folha.
Ele contesta a justificativa dada por Carlos Alberto Parreira para explicar sua ausência da lista. Questionado sobre Marcos e Roque Júnior, o treinador da seleção afirmou que "considerando o pouco tempo que teremos para treinar, a parte médica foi um fator considerável na nossa decisão".
"Eu me machuquei, mas já estou bem fisicamente e clinicamente desde 15 de abril. O [José Luiz] Runco [médico da seleção] falou comigo, estava sabendo, e acho que o Parreira também. Por esse motivo e por eu ter jogado 14 dos 18 jogos das eliminatórias, achei que eu estivesse naquela convocação."
Sofrendo de uma inflamação no tendão-de-aquiles, o zagueiro perdeu quase todo o segundo turno do Alemão. Ficou fora dos campos de dezembro do ano passado a 27 de abril, quando voltou, em amistoso.
Desafeto de Galvão Bueno, com quem discutiu na Copa das Confederações, no ano passado, não acredita em interferência do narrador ou da Globo na relação final. "Espero que não tenha havido nenhuma interferência. Pelo menos é isso que a gente espera de uma convocação de seleção brasileira."
Transformado de participante do Mundial a simples telespectador, reforça o coro de seus colegas de posição sobre o quadrado mágico. Crê que o Brasil pode até adotar o sistema na Copa, mas cobra responsabilidade dos meias e atacantes na marcação. "Se não fecharem os espaços, a zaga ficará sobrecarregada e a seleção terá um ponto fraco na Copa." (FSX)


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