São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Europa se curva à opulência inglesa

Turbinados pelo dinheiro de dois magnatas, Chelsea e Manchester United decidem a Copa dos Campeões em Moscou

Duelo inédito entre dois dos clubes mais ricos do planeta pela taça européia iguala número de conquistas entre Itália, Espanha e Inglaterra

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

O dinheiro nunca falou tão alto em uma final de Copa dos Campeões. Em Moscou, que recebe pela primeira vez a decisão, dois milionários clubes ingleses definem em confronto inédito o título europeu.
Chelsea e Manchester United travam hoje, às 15h45 (de Brasília, 22h45 na Rússia), seu mais importante duelo.
As equipes, que brigaram até a última rodada pelo título inglês, encontram-se em um mata-mata que só reflete o poderio econômico do outrora pouco acessível futebol britânico.
Na lista de clubes mais ricos do mundo divulgada pela revista Forbes, o primeiro lugar é do Manchester, cujo valor estimado é de US$ 1,8 bilhão.
O Chelsea, nas mãos do russo Roman Abramovich, aparece em oitavo na lista. Vale US$ 764 milhões. Dentre os dez primeiros times, quatro são ingleses.
O clube de Manchester, adquirido pelo americano Malcolm Glazer, pode dar a base da seleção inglesa, mas tem uma constelação de estrangeiros puxada pelo português Cristiano Ronaldo e que conta com o brasileiro Anderson -são 16 gringos no grupo, segundo material promocional da Uefa.
Os "Blues", com um elenco de 17 estrangeiros na lista para a decisão de hoje, conta com o zagueiro Alex e o lateral Belletti, ambos com passagens regulares pela seleção brasileira.
Segundo cálculo da consultoria Deloitte, a simples promoção de um time para o Inglês gera cerca de R$ 250 milhões pelo menos. O West Brom, recém-campeão da segunda divisão, por exemplo, já fatura pelo acesso cerca de R$ 120 milhões em direitos de TV e quase R$ 20 milhões em publicidade.
Diversos clubes ingleses caíram nas mãos de milionários estrangeiros, alguns com fortuna questionada em seus países de origem, caso do tailandês Thaksin Shinawatra, que adquiriu o Manchester City.
A família Glazer, além do Manchester, colocou seus tentáculos em mais um clube. Nos EUA, comprou o Tampa Bay, da liga profissional de futebol americano, mesmo com vários protestos de torcedores.
Abramovich, desde a temporada 2004/2005, começou a despejar dinheiro no então pouco competitivo Chelsea.
Resultados apareceram com as contratações de craques como o meia alemão Ballack e o atacante ucraniano Shevchenko. O time, assim, foi bicampeão nacional (2005 e 2006).
Glazer torrou mais de R$ 140 milhões apenas em quatro nomes (Evra, Park, Vidic e Carrick) após assumir o time do manager Alex Ferguson.
Com esse cenário altamente favorável aos clubes ingleses, pelo quarto ano seguido a final da Copa dos Campeões tem um time da terra da rainha. Não são mais só espanhóis e italianos a experimentar uma decisão caseira na Europa. Resultado: independentemente do campeão, a Inglaterra os iguala em taças do nobre torneio (11).


NA TV - M. United x Chelsea
Record e ESPN, ao vivo, às 15h45



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