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Europa se curva à opulência inglesa
Turbinados pelo dinheiro de dois magnatas, Chelsea e Manchester United decidem a Copa dos Campeões em Moscou
Duelo inédito entre dois dos clubes mais ricos do planeta pela taça européia iguala número de conquistas entre Itália, Espanha e Inglaterra
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU
O dinheiro nunca falou tão
alto em uma final de Copa dos
Campeões. Em Moscou, que
recebe pela primeira vez a decisão, dois milionários clubes ingleses definem em confronto
inédito o título europeu.
Chelsea e Manchester United travam hoje, às 15h45 (de
Brasília, 22h45 na Rússia), seu
mais importante duelo.
As equipes, que brigaram até
a última rodada pelo título inglês, encontram-se em um mata-mata que só reflete o poderio econômico do outrora pouco acessível futebol britânico.
Na lista de clubes mais ricos
do mundo divulgada pela revista Forbes, o primeiro lugar é do
Manchester, cujo valor estimado é de US$ 1,8 bilhão.
O Chelsea, nas mãos do russo
Roman Abramovich, aparece
em oitavo na lista. Vale US$ 764
milhões. Dentre os dez primeiros times, quatro são ingleses.
O clube de Manchester, adquirido pelo americano Malcolm Glazer, pode dar a base da
seleção inglesa, mas tem uma
constelação de estrangeiros
puxada pelo português Cristiano Ronaldo e que conta com o
brasileiro Anderson -são 16
gringos no grupo, segundo material promocional da Uefa.
Os "Blues", com um elenco
de 17 estrangeiros na lista para
a decisão de hoje, conta com o
zagueiro Alex e o lateral Belletti, ambos com passagens regulares pela seleção brasileira.
Segundo cálculo da consultoria Deloitte, a simples promoção de um time para o Inglês
gera cerca de R$ 250 milhões
pelo menos. O West Brom, recém-campeão da segunda divisão, por exemplo, já fatura pelo
acesso cerca de R$ 120 milhões
em direitos de TV e quase R$
20 milhões em publicidade.
Diversos clubes ingleses caíram nas mãos de milionários
estrangeiros, alguns com fortuna questionada em seus países
de origem, caso do tailandês
Thaksin Shinawatra, que adquiriu o Manchester City.
A família Glazer, além do
Manchester, colocou seus tentáculos em mais um clube. Nos
EUA, comprou o Tampa Bay,
da liga profissional de futebol
americano, mesmo com vários
protestos de torcedores.
Abramovich, desde a temporada 2004/2005, começou a
despejar dinheiro no então
pouco competitivo Chelsea.
Resultados apareceram com
as contratações de craques como o meia alemão Ballack e o
atacante ucraniano Shevchenko. O time, assim, foi bicampeão nacional (2005 e 2006).
Glazer torrou mais de R$ 140
milhões apenas em quatro nomes (Evra, Park, Vidic e Carrick) após assumir o time do
manager Alex Ferguson.
Com esse cenário altamente
favorável aos clubes ingleses,
pelo quarto ano seguido a final
da Copa dos Campeões tem um
time da terra da rainha. Não são
mais só espanhóis e italianos a
experimentar uma decisão caseira na Europa. Resultado: independentemente do campeão, a Inglaterra os iguala em
taças do nobre torneio (11).
NA TV - M. United x Chelsea
Record e ESPN, ao vivo, às 15h45
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