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MULTIMÍDIA
Com a classificação, jornais dos EUA "descobrem" futebol
DE NOVA YORK
Na penúltima semana da
Copa do Mundo, embalada
pela surpreendente classificação da seleção dos EUA para as
quartas-de-final, a mídia norte-americana finalmente "descobriu" o futebol. A movimentação começou de fato na última quarta-feira.
Em sua edição de anteontem
e ontem, pela primeira vez desde o começo da competição, o
diário "The New York Times",
o principal do pais, dedicou a
principal reportagem da capa
do caderno de esportes ao assunto, além de artigos e análises.
A de quarta-feira mereceu
ainda uma chamada na primeira página do jornal, com o
título "Remodelação está fazendo maravilhas para o time
de futebol norte-americano".
Já seu concorrente local, o tablóide "The New York Post",
trouxe em sua edição um guia
para o torcedor tardio.
Publicado no caderno de
cultura e variedades, trazia entre outras coisas um glossário
que explicava termos como
"hooligans" e "barreira"
("Uma linha de jogadores de
defesa alinhados em frente ao
gol; geralmente protegendo a
genitália").
Pela primeira vez, também,
emissoras de notícias locais,
como a NY1, passaram a dar
flashes com os melhores momentos dos jogos. Até o sereno
diário econômico "The Wall
Street Journal" entrou na onda. Ontem, uma das reportagens principais trazia o título:
"Enquanto os EUA se preparam para a Alemanha, os países vivem a loucura da Copa".
Nem tudo é entusiasmo, no
entanto. Em sua coluna semanal no "The New York Times",
o veterano jornalista Ira Berkow lembra que uma de suas
primeiras tarefas na profissão
foi fazer uma reportagem sobre como o futebol seria o esporte do futuro no país.
Isso em 1965. "Também era
para ter sido o grande esporte
da América nos anos 70, 80 e
90", diz ele. "Mas, depois de
um breve romance com fãs, e
depois de Pelés e Beckenbauers terem vindo e ido, nós
sobramos com jogadores cujos nomes não nos dizem nada", conclui o colunista.
(SÉRGIO DÁVILA)
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