São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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MULTIMÍDIA

Com a classificação, jornais dos EUA "descobrem" futebol

DE NOVA YORK

Na penúltima semana da Copa do Mundo, embalada pela surpreendente classificação da seleção dos EUA para as quartas-de-final, a mídia norte-americana finalmente "descobriu" o futebol. A movimentação começou de fato na última quarta-feira.
Em sua edição de anteontem e ontem, pela primeira vez desde o começo da competição, o diário "The New York Times", o principal do pais, dedicou a principal reportagem da capa do caderno de esportes ao assunto, além de artigos e análises.
A de quarta-feira mereceu ainda uma chamada na primeira página do jornal, com o título "Remodelação está fazendo maravilhas para o time de futebol norte-americano". Já seu concorrente local, o tablóide "The New York Post", trouxe em sua edição um guia para o torcedor tardio.
Publicado no caderno de cultura e variedades, trazia entre outras coisas um glossário que explicava termos como "hooligans" e "barreira" ("Uma linha de jogadores de defesa alinhados em frente ao gol; geralmente protegendo a genitália").
Pela primeira vez, também, emissoras de notícias locais, como a NY1, passaram a dar flashes com os melhores momentos dos jogos. Até o sereno diário econômico "The Wall Street Journal" entrou na onda. Ontem, uma das reportagens principais trazia o título: "Enquanto os EUA se preparam para a Alemanha, os países vivem a loucura da Copa".
Nem tudo é entusiasmo, no entanto. Em sua coluna semanal no "The New York Times", o veterano jornalista Ira Berkow lembra que uma de suas primeiras tarefas na profissão foi fazer uma reportagem sobre como o futebol seria o esporte do futuro no país.
Isso em 1965. "Também era para ter sido o grande esporte da América nos anos 70, 80 e 90", diz ele. "Mas, depois de um breve romance com fãs, e depois de Pelés e Beckenbauers terem vindo e ido, nós sobramos com jogadores cujos nomes não nos dizem nada", conclui o colunista.
(SÉRGIO DÁVILA)


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