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Jogador, que esteve 2 meses suspenso por consumo de maconha, é o único a começar todos os jogos do Brasil na Liga Mundial de vôlei e ainda apresenta o melhor desempenho do time
Relaxado, Giba renasce e já é pilar de Bernardinho
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Quando pisou na quadra do Ibirapuera vestindo a camisa verde-amarela, há quase um mês, ele,
como sempre, ouviu os mais altos
gritos da torcida. Mas, mesmo habituado com o ritual que se repete
desde 1997, Giba sentiu alívio.
A recepção dos torcedores na
estréia do Brasil na Liga Mundial
pôs fim ao temor que surgira desde 27 de janeiro, quando foi anunciado o resultado positivo para
maconha em teste feito na Itália.
O doping, que o deixou dois
meses parado, podia arranhar o
que ele considerava mais importante na sua carreira: a imagem.
Tranquilo com a reação do público, Giba, 26, encontrou mais facilidade para jogar e se tornou um
dos pilares da equipe do técnico
Bernardinho nesta Liga.
O atacante foi o único a começar
todas as partidas do torneio como
titular e tem apresentado o desempenho mais regular do time.
Giba é o maior pontuador (115
pontos), o segundo melhor atacante -perde para Anderson- e
tem o melhor bloqueio da seleção.
Vem se destacando até em fundamentos como defesa e recepção
-está atrás apenas do líbero Escadinha, especialista nas funções.
"Na última temporada, eu joguei passando e ganhei experiência. Também tenho seguido o que
o Renan [ex-jogador e seu ex-técnico] dizia. Não basta jogar, você
tem de aprender o jogo."
Giba se apresentou à seleção
exatos três meses após o anúncio
do doping. Graças à eliminação
precoce do Ferrara no Italiano,
teve tempo para se preparar.
Enquanto treinava, peças importantes, como Nalbert, continuavam a jogar na Itália. Outras,
como Gustavo, começavam a sofrer lesões por causa do desgaste
do final de temporada.
Giba só teve seu primeiro problema no treino de anteontem,
em Brasília, que recebe neste fim
de semana os duelos contra a Itália. Sentiu dores na região do pescoço, mas deve ter condições.
"Diante desse quadro, a gente
começou a remontar o time em
cima dele. Ele foi se firmando como um pilar", diz Bernardinho.
A boa resposta de Giba na Liga
Mundial ajudou também o técnico a respirar aliviado não só na
montagem da equipe. Bernardinho temia que as reações externas
ao grupo após o doping pudessem prejudicar o jogador.
A repercussão do caso, no entanto, além de não afetar seu jogo
na quadra, também não interferiu em seus negócios fora dela.
Mesmo antes de sua pena ser
divulgada -pegou apenas oito
jogos, a menor punição imposta
até hoje pela federação italiana-,
Giba já tinha proposta para renovar contrato com o Ferrara.
"Não tinha medo [de ter problemas para negociar contratos]
porque sei quem eu sou e o que
posso fazer", afirma o atacante.
Na próxima temporada, no entanto, vai jogar no Cuneo. Além
de ter recebido proposta mais
vantajosa do clube, Giba vai morar mais perto da namorada, a romena Cristina Pirv. Se continuar
na Itália, a atacante renovará seu
contrato com o Novara.
Quanto a seus planos, Giba diz
que ainda não decidiu se fará alguma campanha contra o uso de
drogas, mas irá doar um mês de
seu salário na seleção para uma
instituição que faça tratamento de
dependentes químicos.
A jornalista Mariana Lajolo viaja
a convite da CBV
NA TV - Brasil x Itália, ao
vivo, às 10h, na Globo
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