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Ingleses fogem da Alemanha, mas perdem sua paz
País conquista o Grupo B ao empatar com a Suécia, só que pode ficar sem Owen, lesionado, e vê revolta de Rooney
Sueco Allbäck marca o gol de número 2.000 em Copas, em jogo que mantém tabu de 38 anos sem triunfo do English Team sobre o rival
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A COLÔNIA
A Inglaterra conseguiu ontem o primeiro lugar do Grupo
B da Copa do Mundo e escapou
de um confronto prematuro
contra a anfitriã Alemanha.
Conseguiu também, entretanto, uma série de dores de cabeça para as oitavas-de-final.
No movimentado empate em
2 a 2 com a Suécia, em Colônia,
o English Team experimentou
contusão séria de titular, revolta de ídolo, vaias para o desempenho da equipe, falhas defensivas incríveis, manutenção de
tabu indigesto e crise.
A Suécia terminou na segunda posição da chave. Os ingleses
encaram agora o Equador, e os
suecos enfrentam os alemães.
O dia mais complicado para a
Inglaterra na Copa começou
antes do jogo. Houve confusão
em Colônia com torcedores ingleses. Ao menos 16 foram presos após choques com policiais
e torcedores alemães, eufóricos
com a vitória do time da casa.
Nem bem a bola estava rolando, e Owen, sozinho, torceu o
joelho e teve que ser substituído. O atacante, que não vinha
em boa fase mas estava animado por jogar com Rooney, deverá passar por avaliação médica
mais detalhada, mas as previsões são pessimistas. Há suspeita de ruptura de ligamentos,
o que o tiraria não só da Copa
como do futebol neste ano.
A Suécia mostrava pouco
apetite ofensivo e não deu um
chute a gol na primeira etapa.
Com o Paraguai abrindo o placar contra Trinidad e Tobago,
resultado que garantia a Suécia
independentemente do placar
contra os ingleses, o time parecia tranqüilo demais para quem
disputava vaga.
A Inglaterra, que já havia
criado algumas boas chances
-quase Rooney fez o gol da Copa, quando chapelou Lucic,
passou por Mellberg e foi travado na hora do arremate-, abriu
o placar aos 34min em um chutaço de Cole. O meia-atacante
dominou a bola no peito e, de
longa distância, mandou no ângulo esquerdo de Isaksson. Parecia que o tabu de 38 anos sem
vencer a Suécia cairia.
Na segunda etapa, porém, os
suecos foram ao ataque e bombardearam o gol de Robinson.
Com seguidos cruzamentos em
escanteios, o time teve chance
de matar o jogo em 15 minutos.
Primeiro, veio o gol de empate, com caráter histórico por
ser o de número 2.000 das Copas. Após escanteio, Allbäck subiu na primeira trave e cabeceou firme para o gol. Era só o
sexto minuto do segundo tempo. Logo depois, Larsson quase
marca em jogada semelhante.
Outra bola na área e outro
perigo. O zagueiro Mellberg
mandou no travessão.
A Suécia, com mais cruzamentos que a Inglaterra (38 a
30), chegou a acuar o favorito
time inglês, vaiado pelo futebol
pouco convincente.
O técnico sueco da Inglaterra, Sven-Göran Eriksson, tirou
o xodó da torcida, Rooney, e colocou Gerrard -titular que,
pendurado com um cartão
amarelo, não foi escalado. Rooney se revoltou ao sair, bateu
no banco de reservas, atirou as
chuteiras no chão com raiva e
visivelmente comprou briga
com Eriksson.
""Ele atuou mais tempo do
que na última partida. Está jogando melhor e melhor", limitou-se a dizer o técnico.
Gerrard desempatou para a
Inglaterra, após cruzamento de
Cole. Eram 40 minutos do segundo tempo, e a vitória parecia certa. Mas o suecos viraram
mesmo ""pedra no sapato" dos
ingleses. Após lateral, Campbell vacilou, e Larsson marcou
o gol de empate aos 45min.
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