DA REPORTAGEM LOCAL

Com reservas em quadra, a seleção brasileira não conseguiu superar o bloqueio da França e perdeu ontem por 3 a 2 (25/22, 23/25, 25/23, 22/25 e 15/13), sua primeira derrota na Liga Mundial de vôlei.
Até então, a equipe de Bernardinho ostentava o invejável retrospecto de 12 vitórias em 14 partidas contra os franceses.
"A França jogou muito bem. A nova geração francesa é promissora. Nosso saque não funcionou e a falta de ritmo atrapalhou. Se há algo de bom nesta derrota é que sempre que perdemos para a França conquistamos algo grande mais à frente", declarou o treinador.
O risco de sofrer derrotas na primeira fase era esperado. Além de já ter vaga nas finais -o Brasil é o país-sede-, o treinador precisa descansar os titulares e testar algumas peças.
As primeiras observações começaram a ser feitas desde o início do jogo. O novato Lucas foi escalado para o meio-de-rede no lugar de Sidão, reserva nos jogos contra a Sérvia -duas vitórias em São Paulo.
O central foi o mais regular durante a primeira parcial, sendo boa opção de Bruno para o ataque (12 pontos). Mas deixou o jogo com dores no abdome.
Os brasileiros dividiram bastante as cortadas entre Samuel (22), Murilo (13), André Heller (13) e Anderson (10). Mas não superaram com eficiência o bloqueio dos franceses (19 pontos contra 8 do Brasil) nem barraram os ataques de Antonin Rouzier (29 pontos).
O oposto Anderson, como ocorrera no Ibirapuera, também cometia muitos erros -a seleção cedeu 34 pontos. Boa parte das falhas, porém, foi corrigida nas etapas seguintes, quando o Brasil empatou.
O bloqueio nacional, porém, pouco fazia, irritando Bernardinho -foram apenas 8 pontos contra 19 dos adversários.
Sidão entrou no lugar de Lucas na quarta etapa, mas sua atuação não foi suficiente.
"O tropeço se torna pior ainda quando temos a consciência de que jogamos abaixo do que poderíamos. Não estivemos bem em vários fundamentos", lamentou André Heller.
Hoje, às 15h30, as equipes voltam a se enfrentar em Paris. E Bernardinho continuará suas experiências. "Pode existir alguém que não goste de perder tanto quanto eu, mas não existe quem não goste mais. Mas tenho de preparar o time, e resultados ruins podem acontecer", disse ele, antes de ir à França.