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Sem chamariz, seleção fica anônima
Após constatarem ausência de Ronaldinho, sul-africanos demonstram pouco interesse pelo time nacional
DOS ENVIADOS A PRETÓRIA
Há menos de um ano, a seleção brasileira viveu em países
da periferia do futebol, como é
a África do Sul, dias de popularidade absoluta, com multidões
em desembarques do time,
portas de hotel e de estádios em
dias de simples treinos.
Só que sem o chamariz que
foi Ronaldinho na preparação
para a Olimpíada, em Cingapura e no Vietnã, e depois nos Jogos de Pequim, o time principal
de Dunga vive dias de anonimato no país que vai abrigar a Copa do Mundo em 2010.
O assédio ao time nacional
definha a cada dia.
Depois de um treino aberto
ao público, com mais de 5.000
pessoas, a seleção não causa comoção entre os sul-africanos
-nem os dois jogos do time até
agora na Copa das Confederações foram com casa cheia.
Ontem, novos capítulos desse pouco caso dos sul-africanos
aconteceram em Pretória.
Com um forte esquema de
segurança, mesmo sem a presença de um mísero torcedor
na porta do hotel que abriga o
time de Dunga, a seleção se dividiu em duas -os titulares do
jogo contra os norte-americanos foram para uma academia
num bairro requintado de Pretória, e os reservas, para um
treino num estádio de um subúrbio pobre da cidade.
Nos dois locais, a seleção não
sofreu assédio popular.
Em Atteridgeville, o bairro
humilde que abriga o campo de
treino do Brasil, a seleção foi ignorada pela segunda vez. Na
primeira, na última terça, uns
poucos torcedores aguardavam
o ônibus da delegação. A poucos metros dali, centenas de jovens esperavam para entrar em
um baile com música local num
dia de feriado na África do Sul.
À tarde, quando os jogadores
tiveram folga, Júlio César e
Maicon faziam compras em
uma loja de celulares em um
shopping ao lado do hotel sem
serem incomodados.
Os sul-africanos, quase sempre negros, que se aproximam
dos jornalistas brasileiros sempre perguntam se Ronaldinho
faz parte da delegação. E não
escondem a frustração quando
sabem que ele está fora.
"Se ele [Ronaldinho] não
veio, então não conheço ninguém desse time", disse Norman Pathon, que foi ver Brasil x
Egito em Bloemfontein.
Na mesma partida, as amigas
Aba Abayomi e Bryanna Abaegle estavam fantasiadas com
roupas brasileiras e também
esperavam o craque gaúcho,
que hoje defende o Milan.
"Viemos de Johannesburgo
só para ver o Brasil. Infelizmente, o Ronaldinho não está
aqui, mas pelo menos temos o
Kaká", afirmou Aba.
(EAR E PC)
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