São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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Sem chamariz, seleção fica anônima

Após constatarem ausência de Ronaldinho, sul-africanos demonstram pouco interesse pelo time nacional

DOS ENVIADOS A PRETÓRIA

Há menos de um ano, a seleção brasileira viveu em países da periferia do futebol, como é a África do Sul, dias de popularidade absoluta, com multidões em desembarques do time, portas de hotel e de estádios em dias de simples treinos.
Só que sem o chamariz que foi Ronaldinho na preparação para a Olimpíada, em Cingapura e no Vietnã, e depois nos Jogos de Pequim, o time principal de Dunga vive dias de anonimato no país que vai abrigar a Copa do Mundo em 2010.
O assédio ao time nacional definha a cada dia.
Depois de um treino aberto ao público, com mais de 5.000 pessoas, a seleção não causa comoção entre os sul-africanos -nem os dois jogos do time até agora na Copa das Confederações foram com casa cheia.
Ontem, novos capítulos desse pouco caso dos sul-africanos aconteceram em Pretória.
Com um forte esquema de segurança, mesmo sem a presença de um mísero torcedor na porta do hotel que abriga o time de Dunga, a seleção se dividiu em duas -os titulares do jogo contra os norte-americanos foram para uma academia num bairro requintado de Pretória, e os reservas, para um treino num estádio de um subúrbio pobre da cidade.
Nos dois locais, a seleção não sofreu assédio popular.
Em Atteridgeville, o bairro humilde que abriga o campo de treino do Brasil, a seleção foi ignorada pela segunda vez. Na primeira, na última terça, uns poucos torcedores aguardavam o ônibus da delegação. A poucos metros dali, centenas de jovens esperavam para entrar em um baile com música local num dia de feriado na África do Sul.
À tarde, quando os jogadores tiveram folga, Júlio César e Maicon faziam compras em uma loja de celulares em um shopping ao lado do hotel sem serem incomodados.
Os sul-africanos, quase sempre negros, que se aproximam dos jornalistas brasileiros sempre perguntam se Ronaldinho faz parte da delegação. E não escondem a frustração quando sabem que ele está fora.
"Se ele [Ronaldinho] não veio, então não conheço ninguém desse time", disse Norman Pathon, que foi ver Brasil x Egito em Bloemfontein.
Na mesma partida, as amigas Aba Abayomi e Bryanna Abaegle estavam fantasiadas com roupas brasileiras e também esperavam o craque gaúcho, que hoje defende o Milan.
"Viemos de Johannesburgo só para ver o Brasil. Infelizmente, o Ronaldinho não está aqui, mas pelo menos temos o Kaká", afirmou Aba. (EAR E PC)


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