|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caos e sossego se invertem no clássico
"Organizado", São Paulo, que anunciou técnico, chega a duelo cheio de problemas, marca de passado recente no Corinthians
Partida no Pacaembu, que foi
palco da última goleada no
duelo, pode ampliar crise no
time tricolor, que já coloca
um revés como "vergonha"
PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos últimos anos, a história
do Majestoso, um dos clássicos
mais tradicionais do Estado,
apresentou um São Paulo em
boa fase, muitas vezes pouco
interessado no confronto, mas
que quase sempre saía vitorioso. E, do outro lado, um Corinthians que, até nos momentos
de alta, sofria nas mãos do rival.
A inversão de papéis, que começou a ser desenhada nos últimos duelos, ocorreu de vez.
Quem for ao Pacaembu para
assistir à partida, às 18h30, verá
um São Paulo despedaçado, em
crise, e que acaba de contratar
novo técnico -Ricardo Gomes,
porém, não estreia hoje, e Milton Cruz comanda o time.
E um Corinthians de bem
consigo mesmo, com um treinador estabilizado, campeão
paulista e perto de vencer a Copa do Brasil, que priorizou.
O time tricolor, que há até
dois dias tinha "o melhor técnico do país" (como fora chamado Muricy Ramalho), teme por
seu futuro. "Se perder para o
Corinthians, será uma vergonha", declara Richarlyson.
Talvez o são-paulino esteja
mal-acostumado aos tempos
de invencibilidade. Nesta década, o São Paulo viveu seu maior
período sem derrotas para o alvinegro -14 jogos entre 2003 e
2007, a mais duradoura série
invicta da história do clássico.
Nessa sequência, o time derrubou técnicos corintianos.
Entre eles, Antônio Lopes,
campeão brasileiro em 2005, e
Daniel Passarella, trazido pela
então parceira MSI para gerir o
time "galáctico" que montara.
O argentino, aliás, caiu após
sofrer um 5 a 1. Foi a última vez
que os são-paulinos bateram os
corintianos no Pacaembu.
Mas as coisas mudaram desde aquela tarde, há quatro anos.
O São Paulo vive uma crise
generalizada, que lembra os
turbulentos tempos no Parque
São Jorge, até pouco antes do
rebaixamento em 2007.
A saída de Muricy dá uma nova realidade ao time, mas não
soluciona vários problemas.
Quatro atacantes reclamam
exigindo vaga na equipe. Não
bastasse isso, seus principais
jogadores estão fora de combate, caso de Rogério, ou em má
fase, como Hernanes.
O time joga hoje ameaçado
por dispensas, pois haverá uma
reavaliação do elenco após a
contratação de Ricardo Gomes.
Na diretoria, a falta de sintonia ocorre até em pequenas coisas. Há, por exemplo, discussão
até sobre os motivos da queda
de Muricy. "Começam a surgir
versões sobre a demissão. Foram três anos e meio, e concluímos que não estava funcionando", disse o diretor de futebol
João Paulo de Jesus Lopes.
Já os corintianos saboreiam
o momento de favoritismo. Sob
o comando de Mano Menezes,
foram quatro jogos, com dois
empates e duas vitórias.
Os triunfos, ambos nas semifinais do Paulista, serviram para que o Corinthians ganhasse a
confiança que agora esbanja, de
acordo com os próprios corintianos. "Para nós, é óbvio que
foram importantes [os resultados]. É importante mostrar capacidade contra adversários
desse porte", afirma Mano.
Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: A vitória da numerada Próximo Texto: Corinthians se dá ao luxo de testar tática Índice
|