São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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Caos e sossego se invertem no clássico

"Organizado", São Paulo, que anunciou técnico, chega a duelo cheio de problemas, marca de passado recente no Corinthians

Partida no Pacaembu, que foi palco da última goleada no duelo, pode ampliar crise no time tricolor, que já coloca um revés como "vergonha"

PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos anos, a história do Majestoso, um dos clássicos mais tradicionais do Estado, apresentou um São Paulo em boa fase, muitas vezes pouco interessado no confronto, mas que quase sempre saía vitorioso. E, do outro lado, um Corinthians que, até nos momentos de alta, sofria nas mãos do rival.
A inversão de papéis, que começou a ser desenhada nos últimos duelos, ocorreu de vez.
Quem for ao Pacaembu para assistir à partida, às 18h30, verá um São Paulo despedaçado, em crise, e que acaba de contratar novo técnico -Ricardo Gomes, porém, não estreia hoje, e Milton Cruz comanda o time.
E um Corinthians de bem consigo mesmo, com um treinador estabilizado, campeão paulista e perto de vencer a Copa do Brasil, que priorizou.
O time tricolor, que há até dois dias tinha "o melhor técnico do país" (como fora chamado Muricy Ramalho), teme por seu futuro. "Se perder para o Corinthians, será uma vergonha", declara Richarlyson.
Talvez o são-paulino esteja mal-acostumado aos tempos de invencibilidade. Nesta década, o São Paulo viveu seu maior período sem derrotas para o alvinegro -14 jogos entre 2003 e 2007, a mais duradoura série invicta da história do clássico.
Nessa sequência, o time derrubou técnicos corintianos. Entre eles, Antônio Lopes, campeão brasileiro em 2005, e Daniel Passarella, trazido pela então parceira MSI para gerir o time "galáctico" que montara.
O argentino, aliás, caiu após sofrer um 5 a 1. Foi a última vez que os são-paulinos bateram os corintianos no Pacaembu.
Mas as coisas mudaram desde aquela tarde, há quatro anos.
O São Paulo vive uma crise generalizada, que lembra os turbulentos tempos no Parque São Jorge, até pouco antes do rebaixamento em 2007.
A saída de Muricy dá uma nova realidade ao time, mas não soluciona vários problemas.
Quatro atacantes reclamam exigindo vaga na equipe. Não bastasse isso, seus principais jogadores estão fora de combate, caso de Rogério, ou em má fase, como Hernanes.
O time joga hoje ameaçado por dispensas, pois haverá uma reavaliação do elenco após a contratação de Ricardo Gomes.
Na diretoria, a falta de sintonia ocorre até em pequenas coisas. Há, por exemplo, discussão até sobre os motivos da queda de Muricy. "Começam a surgir versões sobre a demissão. Foram três anos e meio, e concluímos que não estava funcionando", disse o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes.
Já os corintianos saboreiam o momento de favoritismo. Sob o comando de Mano Menezes, foram quatro jogos, com dois empates e duas vitórias.
Os triunfos, ambos nas semifinais do Paulista, serviram para que o Corinthians ganhasse a confiança que agora esbanja, de acordo com os próprios corintianos. "Para nós, é óbvio que foram importantes [os resultados]. É importante mostrar capacidade contra adversários desse porte", afirma Mano.

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