São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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Nos gols, Brasil é exceção na Copa

Seleção marca em jogadas individuais ou após trocar passes, e Dunga fala em "futebol-arte"

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Na Copa do Mundo dos gols de bola parada e dos frangos de goleiros, o Brasil de Dunga é uma exceção.
Todos os cinco gols do time nacional na competição, na qual tem o melhor ataque ao lado da Argentina, foram feitos em jogadas individuais ou depois de trocas de passe.
Foi assim no terceiro tento contra a Costa do Marfim, anotado depois que Kaká foi à linha do fundo pelo lado esquerdo e fez um cruzamento certeiro para que Elano marcasse seu segundo gol no Mundial sul-africano.
A seleção também não contou com falhas dos goleiros para balançar as redes.
E os rivais nem podem reclamar da Jabulani, a tão criticada bola usada na Copa- -2010, já que todos os gols nacionais foram marcados de dentro da área -a maior crítica em relação à redonda refere-se à velocidade que ela pega em chutes de longe.
Tudo bem diferente do resto do torneio. De acordo com o Datafolha, 24% dos gols da Copa aconteceram em lances de bola parada. Outros 12% dos tentos ocorreram depois de rebotes dos goleiros, alguns em falhas bizarras.
A comparação com a badalada Argentina de Maradona mostra que até agora o Brasil é quem mais bem trabalha a bola. O time de Messi fez um gol em cobrança de escanteio, contra a Nigéria, e em outro viu um rival da Coreia do Sul marcar contra.
Com esses números, Dunga exaltou o "futebol-arte".
"O que eu falo para os meus jogadores é que eles têm que jogar futebol. Se começar a bater, a gente perde o foco e deixa de fazer o que conhece", afirmou o técnico.
Dunga se queixou de que o juiz Stephane Lannoy prejudicou o nível técnico do jogo. "Fica difícil jogar um futebol-arte, como muitos pedem, quando há um árbitro que não sabe controlar as coisas como o de hoje [ontem]."
Geralmente pouco detalhista ao relatar as partidas, o site da CBF também destacou ontem o "futebol-arte".
De acordo com a página oficial da confederação brasileira, "Dunga estimula, e muito, os jogadores a exercitarem a sua criatividade, que sejam ousados dentro de campo e tentem os dribles sempre que necessário".
Além do fato de só ter marcado gols em jogadas trabalhadas, o Brasil ostenta outras estatísticas a seu favor nesta Copa do Mundo.
O time nacional, segundo levantamentos do Datafolha, tem o segundo melhor passe do Mundial. E também protagoniza o terceiro maior número de finalizações, sendo o quinto nos dribles. Outro fator positivo é ser dono da terceira melhor pontaria entre as 32 seleções.0 (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, MARTÍN FERNANDEZ E SÉRGIO RANGEL)


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