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Nos gols, Brasil é exceção na Copa
Seleção marca em jogadas individuais ou após trocar passes, e Dunga fala em "futebol-arte"
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Na Copa do Mundo dos
gols de bola parada e dos
frangos de goleiros, o Brasil
de Dunga é uma exceção.
Todos os cinco gols do time nacional na competição,
na qual tem o melhor ataque
ao lado da Argentina, foram
feitos em jogadas individuais
ou depois de trocas de passe.
Foi assim no terceiro tento
contra a Costa do Marfim,
anotado depois que Kaká foi
à linha do fundo pelo lado esquerdo e fez um cruzamento
certeiro para que Elano marcasse seu segundo gol no
Mundial sul-africano.
A seleção também não
contou com falhas dos goleiros para balançar as redes.
E os rivais nem podem reclamar da Jabulani, a tão criticada bola usada na Copa-
-2010, já que todos os gols nacionais foram marcados de
dentro da área -a maior crítica em relação à redonda refere-se à velocidade que ela
pega em chutes de longe.
Tudo bem diferente do resto do torneio. De acordo com
o Datafolha, 24% dos gols da
Copa aconteceram em lances
de bola parada. Outros 12%
dos tentos ocorreram depois
de rebotes dos goleiros, alguns em falhas bizarras.
A comparação com a badalada Argentina de Maradona mostra que até agora o
Brasil é quem mais bem trabalha a bola. O time de Messi
fez um gol em cobrança de
escanteio, contra a Nigéria, e
em outro viu um rival da Coreia do Sul marcar contra.
Com esses números, Dunga exaltou o "futebol-arte".
"O que eu falo para os
meus jogadores é que eles
têm que jogar futebol. Se começar a bater, a gente perde
o foco e deixa de fazer o que
conhece", afirmou o técnico.
Dunga se queixou de que o
juiz Stephane Lannoy prejudicou o nível técnico do jogo.
"Fica difícil jogar um futebol-arte, como muitos pedem,
quando há um árbitro que
não sabe controlar as coisas
como o de hoje [ontem]."
Geralmente pouco detalhista ao relatar as partidas, o
site da CBF também destacou
ontem o "futebol-arte".
De acordo com a página
oficial da confederação brasileira, "Dunga estimula, e
muito, os jogadores a exercitarem a sua criatividade, que
sejam ousados dentro de
campo e tentem os dribles
sempre que necessário".
Além do fato de só ter marcado gols em jogadas trabalhadas, o Brasil ostenta outras estatísticas a seu favor
nesta Copa do Mundo.
O time nacional, segundo
levantamentos do Datafolha,
tem o segundo melhor passe
do Mundial. E também protagoniza o terceiro maior número de finalizações, sendo o
quinto nos dribles. Outro fator positivo é ser dono da terceira melhor pontaria entre
as 32 seleções.0
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, MARTÍN FERNANDEZ E SÉRGIO RANGEL)
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