São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011

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Acusado de suborno sai e é inocentado

FIFA
Entidade encerra apuração depois de renúncia de Jack Warner


DE SÃO PAULO

Pivô do principal caso de corrupção na Fifa, o ex-vice-presidente Jack Warner renunciou sob elogios da cúpula da entidade e com o rótulo de inocente. Com sua saída, a federação interrompeu a investigação sobre o cartola.
Warner era o dirigente mais antigo do Comitê-Executivo da entidade que dirige o futebol mundial. Estava havia 28 anos na cúpula da Fifa.
Na última disputa presidencial, em que o suíço Joseph Blatter foi reeleito, Warner foi acusado de oferecer dinheiro em troca de votos.
Testamentos de dirigentes de federações caribenhas revelam que o ex-vice da Fifa pagou US$ 40 mil (R$ 64 mil) a eles para obter apoio em favor do qatariano Mohamed bin Hammam, opositor de Blatter na eleição. Ambos foram suspensos da Fifa.
A entidade fazia uma investigação sobre o caso para definir o destino dos dois cartolas. Ao deixar a Fifa, Warner se livrou da apuração.
"Todos os procedimentos no Comitê de Ética estão suspensos, e a presunção de inocência é mantida", disse a entidade em comunicado.
A Fifa não poupou elogios ao seu ex-cartola. "Suas contribuições para o futebol internacional, para o Caribe e para a Concacaf são apreciadas e reconhecidas."
Warner já estava envolvido em denúncias antes mesmo dessa última eleição. É acusado de ajudar Blatter de forma irregular em sua primeira eleição, em 1998, e de atuar como cambista de ingressos na Copa de 2006.
Suas declarações após a renúncia insinuam que sua forma de agir não era rara entre cartolas da entidade.
"Não é fora do comum essas coisas acontecerem [como no episódio das federações], e presentes sempre estiveram na história da Fifa", declarou Warner à agência Bloomberg. "O que aconteceu foi hipocrisia."
O trinitário negou ter pagado por votos. Para ele, o dinheiro seria uma ajuda para as federações. Afirmou que, se tivesse permanecido na entidade, seria inocentado por qualquer árbitro isento.
Warner disse que renunciou devido a seu cargo no governo de Trinidad e Tobago -é ministro do Trabalho.
A saída do dirigente minimiza a chance de uma enxurrada de novas denúncias na Fifa. Ao ser suspenso, ele prometera um "tsunami".
Bin Hammam também tem preferido o silêncio após os ataques iniciais a Blatter. Seu temor é que seu país, o Qatar, perca a Copa-2022.
Caso ele renuncie, é provável que a Fifa encerre a investigação. Também não avançaram a Comissão de Soluções e a reforma do Comitê de Ética, promessas de Blatter para limpar a entidade.
A medida de inocentar Warner gerou novas críticas na Inglaterra. "Não se pode confiar na Fifa para fazer nada por conta própria. A investigação foi uma farsa", disse o deputado Damian Collins.


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