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JUCA KFOURI
Rarará
Que me desculpem os tricolores cariocas e os rubro-negros paranaenses, mas o brasileiro mais feliz do mundo é o
deputado Marquinho Chedid.
Afinal, desde que ele votou
pela reeleição do presidente
da República, só coisas boas
aconteceram em sua vida.
Seus pares da Câmara o absolveram, seu Bragantino voltou à primeira divisão, e uma
cidade do interior paulista
mostrou ter mais força que
Pernambuco, que viu o Náutico preterido.
E por que o Náutico? Por
nada, oras, da mesma maneira que a manutenção do Atlético-PR não justifica a inclusão do Fluminense ou de
quem quer que seja.
A idéia não era exatamente
a de diminuir gradativamente
o número de clubes na primeira divisão? Era, não é mais,
pois Rico Terra, chefe da Casa
Bandida do Futebol, não é homem de aguentar pressões e
tratou de fazer com que o inferior tribunal desse um jeito,
mesmo que recorrendo a um
texto já caduco do monstruoso Código Brasileiro Disciplinar de Futebol.
E ao que tudo indica era forte mesmo o argumento dos
paranaenses -provas gravadas do relacionamento entre
Terra e Ivens Mendes, além do
envolvimento de outros clubes
como, de resto, é obviamente
presumível.
Tanto que a pior das punições ao Atlético é risível, como
tudo neste caso. O clube não
pode jogar em seu estádio que,
por acaso, está demolido, no
chão, para construção de outro, ou seja, não seria mesmo
utilizado.
Agora, a decisão da cartolagem nem sequer causa indignação, só risos, gargalhadas
mesmo, tamanho o escárnio.
Tudo faz sentido. O jornalista fica feliz por ter mantido o
leitor informado sobre como
seria o desfecho -embora reconheça ter se surpreendido
com a força dos Chedid- e
com a desmoralização irreversível dos cartolas.
Por sinal, cadê aquele
Eduardo Farah que anunciara que lideraria um movimento dos clubes paulistas
contra a virada de mesa?
Pois, por mais que agora
tente salvar as aparências, ele
teve um encontro secreto,
num hangar do aeroporto de
Congonhas, com Rico Terra,
que resultou no afastamento
do Corinthians do julgamento. Tudo isso somado, não espanta que um júri popular
-popular, veja bem- absolva o réu confesso da chacina
na Candelária.
E que esta coluna tenha resolvido lançar a campanha
"Caixa D'Água-98", à presidência. Da República, é claro!
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