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STOP & GO
Olho gordo
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
No último domingo, Panis.
Anteontem, Morbidelli. Alguém
tem alguma dúvida de que as
regras para a próxima temporada da F-1 ganharam adesões?
EM 96, a Folha publicou levantamento sobre as quebras
na categoria e provou que nada
além da disputa faz equipes
produzirem carros mais experimentais e pilotos ousarem mais.
Está claro que a chamada
guerra de pneus influiu muito
na competição deste ano. Ao
contrário da Indy, onde quase
todo mundo trabalha no mesmo nível, a F-1 não permite à
Bridgestone tirar a colossal diferença que separa um Minardi
de um Williams.
Mas a fabricante já conseguiu
muito, principalmente pelo
competente gerenciamento imposto pelo ex-pilotos Prost e
Stewart a seus times.
Mesmo a Goodyear corre firme atrás do prejuízo, enorme se
considerado apenas o aspecto
pneu -a verdade pura e simples é que, em alguns circuitos,
um Williams calçado com Bridgestone bateria fácil o mesmo
Williams com Goodyear.
Mas os técnicos japoneses se
surpreenderam com a reação
norte-americana, evidente a
partir do GP de San Marino.
Tudo isso significa disputa.
Basta acrescentar algum desmiolado ao volante, ou, como é
o caso de Panis, alguém do segundo pelotão sedento para alcançar a ponta, e temos os chamados resultados surpreendentes, quebras e, na pior das hipóteses, acidentes.
A FIA tem seu razão para
querer evitar a tal guerra com
medidas tão drásticas como as
previstas para 98. Não quer, de
jeito nenhum, algo como o que
aconteceu em 94.
Não foi por outro motivo que
o GP do Canadá foi interrompido. Lição apreendida da pior
maneira possível em Imola.
Assim como Villeneuve tem lá
sua razão em reclamar. Sem algum tipo de risco, melhor seria
irmos todos para casa.
O meio termo, como sempre, é
o melhor caminho.
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