|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Beisebol
Cuba supera aguaceiro e EUA na final; fãs sofrem
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Finalmente, Cuba e EUA fizeram a final do beisebol ontem. Se no campo se viu o melhor da modalidade, na platéia
parecia show de pegadinhas.
Os efeitos das chuvas que
adiaram a decisão do ouro para
ontem ainda eram sentidos.
Se o campo não apresentasse
condições de jogo novamente, a
confederação pan-americana
decidira que ambas as equipes
seriam ouro. México, que partiu ontem pela manhã, e Nicarágua dividiram o bronze.
Com bolsões de água acumulados, o toldo cedeu em várias
oportunidades e resultou em
banhos no público e na mídia,
em típica cena de ""pegadinha"
dos programas de TV. Quem
não estava embaixo da lona, tinha a atenção desviada pelo
som de água atingindo assentos
-e pessoas-, ou por quem saía
buscando outros lugares.
""Não é algo que vai me tirar
daqui. Não é constante", disse
José Carrera, da delegação do
Equador. Outro jato d'água
atingiu assentos próximos a
ele, afugentando seus vizinhos.
Quase só, seguiu os colegas.
Funcionários retiravam água
com a ajuda de sifão. Como artistas de circo, faziam contorcionismo para se pendurar nas
estruturas que sustentavam a
lona. Tudo sem equipamento
de segurança. ""É horrível. É
uma falta de segurança, desvia
a nossa atenção", disse Rossana
Ramirez, 28, fonoaudióloga.
Torcedores próximos a ela
perguntavam o que os funcionários faziam pendurados.
""Acho que tirando a água, ou fazendo sair mais rápido. Ah, ah,
ah, os bacanas [embaixo deles]
vão é ficar ensopados", arriscou
um deles, acomodado sob o sol.
Quem usava bandeirinhas de
seu país para se proteger do calor eram os entusiasmados cubanos que foram à Cidade do
Rock. Ofuscados pelos gritos
dos demais membros da delegação, os campeões olímpicos
Teófilo Stevenson (boxe), Regla Torres (vôlei), Feliberto Ascuy (luta greco-romana) e Alberto Juantorena (atletismo)
passavam meio despercebidos.
Uma experiência interativa à
torcida: a baixa altura da grade
de segurança que separava o
público do campo permitiu que
uma bola fosse rebatida para a
platéia. Ao aterrissar, logo foi
levada como suvenir por uma
senhora cubana, que festejou a
vitória de seu país por 3 a 1.
Texto Anterior: Boxe: Brasil abre campanha com duas vitórias Próximo Texto: Esqui aquático: Falta de estrutura força saída caseira Índice
|