São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Homens ditam Brasil olímpico

Delegação de 277 atletas será menos feminina em Pequim graças à entrada da seleção de Dunga

Mulheres ganham 7,4% a mais de vagas, crescimento menor do que os 16,8% da equipe masculina em relação aos Jogos de Atenas


DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol deixará a delegação brasileira menos feminina nos Jogos de Pequim. Impulsionada pela classificação do time de Dunga, a fatia masculina dos 277 atletas olímpicos deu salto de 16,8% em relação a Atenas.
É o maior crescimento desde a Olimpíada de Los Angeles-1984, quando a equipe contou com 129 homens, 37,2% a mais do que em Moscou-1980.
O Brasil deve ter 146 vagas masculinas na Olimpíada, 18 delas destinadas à seleção de futebol. Há quatro anos,125 atletas viajaram à Grécia.
Ontem foi o último dia estabelecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro para a obtenção de vagas nos Jogos de Pequim. Segundo dados da entidade, o Brasil tinha 277 atletas até o fechamento desta edição.
A participação feminina na delegação também cresceu, mas em ritmo bem menos intenso do que na última edição dos Jogos. As brasileiras representam 47,3% do grupo que vai à China. São 131 mulheres, 7,4% a mais do que em Atenas. Naquela Olimpíada, as 122 atletas classificadas eram 49,8% da delegação, incremento de 29,8% em relação a Sydney-2000.
O crescimento da delegação feminina é o menor desde os Jogos de Tóquio-1964, quando o Brasil disputou o evento com uma mulher, mesmo número das duas edições anteriores.
Na Cidade do México, em 1968, a delegação tinha três mulheres. O número ainda era pequeno, mas na época representava um salto de 200%.
O Brasil levará número recorde de atletas à Olimpíada, distribuídos por 32 modalidades, outro recorde.
Anteontem, Poliana Aparecida de Paula, 18, quebrou tabu e se tornou a primeira mulher do país a se classificar na canoagem slalom. Ela ganhou a vaga no K1 graças a dupla desistência. Sarah Sonia Dupire, da Argélia, anunciou que não vai aos Jogos por problemas particulares. O posto seria do Quênia, segundo no classificatório africano, que também desistiu.
Em modalidades com disputas nos dois sexos, as brasileiras não conseguiram se classificar para esgrima, tênis, tiro com arco e tiro. Os homens ficaram fora das disputas de basquete, lutas e pentatlo moderno.
Na luta olímpica, Rosângela Conceição também quebrou tabu. A ex-judoca será a primeira brasileira a disputar os Jogos Olímpicos na modalidade.
Outro crescimento feminino foi visto no atletismo. Até ontem, o Brasil tinha 15 atletas classificadas, além de dois revezamentos (4 x 100 m e 4 x 400 m), que aumentariam esse número. Os homens possuíam 20 vagas e um revezamento (4 x 100 m). A principal candidata o pódio é uma mulher, Maurren Maggi, no salto em distância.


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