São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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JOSÉ GERALDO COUTO

Peneira verde


A fragilidade defensiva do Palmeiras, agravada pelos desfalques, quase propiciou ao Goiás uma goleada


O PALMEIRAS está mal.
Não são só os resultados adversos que preocupam, mas a fragilidade da equipe no setor defensivo e a falta de lucidez na criação ofensiva.
Ontem, na derrota para o Goiás, sem Pierre e sem Martinez, o meio-campo palmeirense foi um organismo frouxo, invertebrado, uma geléia em que ninguém marcava e ninguém armava. Diego Souza e Léo Lima se parecem em várias coisas: gostam de conduzir a bola, pecam pela falta de visão de jogo e são chegados numa firula. Acham que são melhores do que de fato são.
Deveriam ter lições de simplicidade e objetividade com Alex Mineiro, não por acaso artilheiro do Brasileirão. Dentro da área, o veterano atacante não precisa de muito espaço e nem de muito tempo para levar perigo ao gol adversário.
Ontem, recebeu só três bolas "redondas". Numa delas fez o gol e nas outras obrigou o goleiro Harlei a grandes defesas.
O problema é que, na falta de jogadas armadas por seus companheiros, Alex Mineiro tem sido obrigado a sair da área adversária e buscar o jogo no meio-de-campo, que não é a sua praia e o leva a um cansaço inútil e prematuro.
Com um elenco desfalcado e uma porção de pseudocraques na mão (incluindo o inconstante Valdivia e o decadente Denílson), Vanderlei Luxemburgo vai ter que rebolar para classificar o Palmeiras à Taça Libertadores da América.

Embolou legal
Apesar dos sustos, o São Paulo de Muricy Ramalho se reequilibrou e avança a passos largos em direção ao topo.
Mas o grande feito da rodada foi do Vitória, que bateu o líder Mengo em pleno Maracanã.
Agora a coisa esquentou.

Demorou
Leitores corintianos ficaram furiosos quando eu disse que o alvinegro tem jogado um futebol medíocre, misto de bumba-meu-boi e firulas improdutivas. Sinto muito.
É isso o que eu tenho visto, e a derrota de anteontem para o Bahia não foi uma surpresa.
A situação do Timão ainda é confortável, pois não há rivais de alto nível na Série B. Jogar um bom futebol, porém, é outra história.
Talvez agora, se Douglas se firmar como titular, o Corinthians venha a ser um time organizado.
Ele não é nenhum Gérson, mas, no deserto de homens e idéias que é o meio-campo alvinegro, vale pelo menos por um Zenon.

O sonho acabou?
Estamos habituados aos desmanches dos times brasileiros, motivados por falta de grana.
Mas o desmanche mais dramático do ano foi o do Barcelona, que, depois de encantar o mundo com um futebol belo e vencedor, dispensou Deco, Ronaldinho e Eto'o, além do técnico Frank Rijkaard.
Virou um time prosaico. Acabou a poesia.
Mas eis que o Milan (se os euros do Chelsea não levarem Kaká para Londres) surge como possível novo "time dos sonhos", com o trio brasileiro Kaká-Ronaldinho-Pato infernizando as defesas adversárias.
Quem sabe?

jgcouto@uol.com.br


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