São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Receita da arena terá destino compulsório para pagar obras

DO PAINEL FC
DE SÃO PAULO


O contrato entre Corinthians e Odebrecht vai prever que rendas do estádio de Itaquera serão usadas obrigatoriamente para pagar a construção. As receitas nem passarão pelos cofres do clube.
Foi o que informou a empreiteira à Folha. A diretoria corintiana admitiu que as receitas da arena são as garantias para a quitação da dívida da obra. O estádio está orçado hoje em R$ 820 milhões.
Mas há divergência entre Odebrecht e Corinthians em relação à destinação da renda que sobra após a quitação das parcelas da obra.
O contrato não foi assinado. A empreiteira quer fazê-lo na próxima semana, e o clube não tem pressa.
Entre as rendas, estão bilheteria dos jogos, camarotes e direitos sobre o nome.
"O fundo será detentor do terreno, de direitos e receitas do empreendimento", disse o diretor da Odebrecht Participações em São Paulo, Carlos Armando Paschoal.
Nesse fundo, os recursos vão prioritariamente para o banco repassador (a ser definido). Isso porque a entidade financeira pegará o empréstimo de R$ 400 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para as obras e terá de quitar a dívida.
Os pagamentos começam três anos após o acordo com o BNDES. A partir daí, o empréstimo será pago em dez anos, com juros de 11% ao ano, incluindo comissão.
"Temos certeza de que vamos ganhar R$ 120 milhões. Dá para pagar R$ 45 milhões de parcela por ano e sobra para o clube", declarou o diretor de marketing corintiano, Luis Paulo Rosenberg.
Mas, segundo a Odebrecht, se houver lucro após o pagamento da dívida, não irá diretamente para o Corinthians, e sim para o fundo.
"A direção do fundo pode destinar o dinheiro para o Corinthians se houver um acúmulo significativo [de recursos]", afirmou Paschoal.
A diretoria do clube discorda: disse que a renda extra vai direto para seus cofres.
Pela versão da Odebrecht, o banco privado será o sócio principal, a empreiteira, a segunda, e o clube, cotista "subordinado", disse Paschoal.
O resto da arena será pago pelos incentivos fiscais da prefeitura, que somam R$ 420 milhões. Esses também não passam pelo clube.
E o Corinthians pode ter de pagar direto parte das obras iniciais de R$ 30 milhões. O valor está incluído no total. Se o fundo não for criado até agosto, o clube terá de quitar uma parcela disso. (BI E RM)


Texto Anterior: É público
Próximo Texto: Cidade gasta R$ 38 mil com festa de estádio
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.