São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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TÊNIS

Perguntas e mais perguntas

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

As vésperas de um Grand Slam trazem consigo uma boa dose de inquietação.
Procuramos sempre saber, antes do Aberto da Austrália, por exemplo, quem vai começar bem a temporada. Quem está no melhor ritmo? Será que alguma novidade vai aparecer?
A cada Aberto da França, por sua vez, a expectativa é sempre em relação à atuação dos brasileiros. Gustavo Kuerten ganha de novo? Fernando Meligeni, chega lá ou fica pelo caminho?
E, quando Wimbledon está para começar, apostas fervem para saber quem vai vencer Pete Sampras (e em que rodada). Será um desconhecido? O saque-voleio vai se impor ou de nada adiantará?
Este Aberto dos EUA, que começa na segunda, traz perguntas que não acabam mais.
Como será o primeiro Grand Slam em Nova York depois dos atentados de 11 de setembro? Lleyton Hewitt completará um ano de domínio absoluto ou será surpreendido? Andre Agassi, Pete Sampras, Kuerten, Carlos Moyá e Ievguêni Kafelnikov, um desses sujeitos, vai levantar a taça? Ou um dos jovens Tommy Haas, Andy Roddick, Guillermo Cañas ou Roger Federer vai estourar?
E no feminino? Venus e Serena Williams farão mais uma final? Martina Hingis e Lindsay Davenport vão superar as contusões recentes? Ou será que já chegou a hora das jovens Jelena Dokic e Daniela Hantuchova?
A pergunta cuja resposta mais me inquieta, porém, é simples: como Andre Sá e Flávio Saretta, os brasileiros que mais progrediram neste ano, reagirão?
Sá chegou a quatro quartas-de-final na temporada, uma delas em Wimbledon. Tem, agora, chance excelente para mostrar que nada disso foi sorte ou acaso. Que é um tenista confiável e que vai, sim, subir cada vez mais.
Saretta, a seu modo, também rompeu barreiras. Deixou de ser desconhecido dos adversários. Agora, tem também oportunidade gigantesca para deixar para trás aquelas irritações juvenis e crescer no ranking.
Até agora, Sá perder de Sampras, Safin, Henman, Roddick e Hewitt poderia ser considerado "azar" ou "uma pena". Daqui para a frente, será uma tremenda oportunidade desperdiçada. O mesmo vale para Saretta.
Sá deixou de tentar simplesmente resistir aos adversários mais fortes para entrar no jogo e criar até oportunidades de ganhar. No tênis, é um grande avanço. A partir de agora, porém, já não bastará mais criar oportunidades. Será necessário aproveitá-las, ganhar os jogos, bater nos grandes, nos maiores.
Ou isso, ou continuaremos a lamentar o "azar" de ter cruzado com um top ten nos torneios. Ou isso, ou continuaremos a achar "uma pena" o sorteio colocar sempre bons tenistas à sua frente.

Muitos perguntam se é verdade que Kuerten só vai jogar o Aberto dos EUA, o Torneio da Costa do Sauípe e a Copa Davis neste ano. Resposta: não sei. Verdade: ninguém sabe, nem ele próprio.

Fernando Meligeni disse há alguns dias estar jogando o melhor tênis da carreira. Foi no embalo da vitória sobre Andy Roddick e um match point desperdiçado contra Marcelo Ríos. Ontem, perdeu na estréia. O que é verdade? Veremos a partir de segunda.

Retorno nos EUA
Lindsay Davenport está de volta. Após delicada operação no joelho em janeiro, voltou aos treinos, mas teve complicações. O retorno foi no fim de julho -em três torneios, duas semifinais e uma final. Martina Hingis, que passou por cirurgia no tornozelo, em maio, também voltou. Mas nem a mãe-coruja ainda confia nela.

Torneio em Goiás
Depois de São Paulo, Goiás recebe nesta semana, na Pousada do Rio Quente, um future. Em São Paulo, o título ficou com o argentino Andres Dellatorre, que, na final, bateu o brasileiro Pedro Braga.

Resultados no Rio
Rolaram sábado as finais da terceira etapa do Circuito Juvenil Banco do Brasil. Na categoria 16 anos, títulos com Rodrigo Parente e Myrella de Paula. Na 14 anos, Pedro Feitosa e Ana Clara Duarte foram campeões. Rebeca Neves e Rafael Camilo venceram a 12 anos.

E-mail reandaku@uol.com.br



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