|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Perguntas e mais perguntas
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
As vésperas de um Grand
Slam trazem consigo uma
boa dose de inquietação.
Procuramos sempre saber, antes do Aberto da Austrália, por
exemplo, quem vai começar bem
a temporada. Quem está no melhor ritmo? Será que alguma novidade vai aparecer?
A cada Aberto da França, por
sua vez, a expectativa é sempre
em relação à atuação dos brasileiros. Gustavo Kuerten ganha de
novo? Fernando Meligeni, chega
lá ou fica pelo caminho?
E, quando Wimbledon está para começar, apostas fervem para
saber quem vai vencer Pete Sampras (e em que rodada). Será um
desconhecido? O saque-voleio vai
se impor ou de nada adiantará?
Este Aberto dos EUA, que começa na segunda, traz perguntas
que não acabam mais.
Como será o primeiro Grand
Slam em Nova York depois dos
atentados de 11 de setembro?
Lleyton Hewitt completará um
ano de domínio absoluto ou será
surpreendido? Andre Agassi, Pete
Sampras, Kuerten, Carlos Moyá e
Ievguêni Kafelnikov, um desses
sujeitos, vai levantar a taça? Ou
um dos jovens Tommy Haas,
Andy Roddick, Guillermo Cañas
ou Roger Federer vai estourar?
E no feminino? Venus e Serena
Williams farão mais uma final?
Martina Hingis e Lindsay Davenport vão superar as contusões recentes? Ou será que já chegou a
hora das jovens Jelena Dokic e
Daniela Hantuchova?
A pergunta cuja resposta mais
me inquieta, porém, é simples: como Andre Sá e Flávio Saretta, os
brasileiros que mais progrediram
neste ano, reagirão?
Sá chegou a quatro quartas-de-final na temporada, uma delas
em Wimbledon. Tem, agora,
chance excelente para mostrar
que nada disso foi sorte ou acaso.
Que é um tenista confiável e que
vai, sim, subir cada vez mais.
Saretta, a seu modo, também
rompeu barreiras. Deixou de ser
desconhecido dos adversários.
Agora, tem também oportunidade gigantesca para deixar para
trás aquelas irritações juvenis e
crescer no ranking.
Até agora, Sá perder de Sampras, Safin, Henman, Roddick e
Hewitt poderia ser considerado
"azar" ou "uma pena". Daqui para a frente, será uma tremenda
oportunidade desperdiçada. O
mesmo vale para Saretta.
Sá deixou de tentar simplesmente resistir aos adversários
mais fortes para entrar no jogo e
criar até oportunidades de ganhar. No tênis, é um grande
avanço. A partir de agora, porém,
já não bastará mais criar oportunidades. Será necessário aproveitá-las, ganhar os jogos, bater nos
grandes, nos maiores.
Ou isso, ou continuaremos a lamentar o "azar" de ter cruzado
com um top ten nos torneios. Ou
isso, ou continuaremos a achar
"uma pena" o sorteio colocar
sempre bons tenistas à sua frente.
Muitos perguntam se é verdade
que Kuerten só vai jogar o Aberto
dos EUA, o Torneio da Costa do
Sauípe e a Copa Davis neste ano.
Resposta: não sei. Verdade: ninguém sabe, nem ele próprio.
Fernando Meligeni disse há alguns dias estar jogando o melhor
tênis da carreira. Foi no embalo
da vitória sobre Andy Roddick e
um match point desperdiçado
contra Marcelo Ríos. Ontem, perdeu na estréia. O que é verdade?
Veremos a partir de segunda.
Retorno nos EUA
Lindsay Davenport está de volta. Após delicada operação no joelho
em janeiro, voltou aos treinos, mas teve complicações. O retorno
foi no fim de julho -em três torneios, duas semifinais e uma final.
Martina Hingis, que passou por cirurgia no tornozelo, em maio,
também voltou. Mas nem a mãe-coruja ainda confia nela.
Torneio em Goiás
Depois de São Paulo, Goiás recebe nesta semana, na Pousada do
Rio Quente, um future. Em São Paulo, o título ficou com o argentino Andres Dellatorre, que, na final, bateu o brasileiro Pedro Braga.
Resultados no Rio
Rolaram sábado as finais da terceira etapa do Circuito Juvenil Banco do Brasil. Na categoria 16 anos, títulos com Rodrigo Parente e
Myrella de Paula. Na 14 anos, Pedro Feitosa e Ana Clara Duarte foram campeões. Rebeca Neves e Rafael Camilo venceram a 12 anos.
E-mail reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Depois de derrota, Santos quer recuperar confiança de novatos Próximo Texto: Futebol: São Paulo tenta se manter líder sem Kaká Índice
|