DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de um mês sem ganhar fora de casa, o São Paulo reencontrou o caminho do triunfo ontem à noite, em Fortaleza, ao bater o time local por 2 a 0.
Apesar dos três pontos, a equipe não se moveu na tabela de classificação do Brasileiro. Com o empate do Cruzeiro e a vitória do Santos, o clube manteve a terceira posição, agora a dois pontos dos mineiros, que lideram o torneio.
A última vitória do São Paulo longe do Morumbi ocorreu em 20 de julho, quando bateu o Vitória por 2 a 0 em Salvador. "Foi uma vitória da dedicação", disse Rico, autor de um dos gols.
O jogo foi truncado no primeiro tempo por iniciativa dos treinadores, que congestionaram o meio-campo, dificultando a realização de jogadas ofensivas.
O time da casa atacava mais pelo lado direito, com o lateral Sérgio, enquanto os visitantes exploravam o setor esquerdo, especialmente com Kléber.
Agressivo, o São Paulo recorreu às faltas para barrar o avanço da equipe nordestina. Conseguiu, apesar de duas incríveis bobeadas da defesa, aos 9min e aos 14min, que Alysson e Rena desperdiçaram à frente de Rogério.
Aos poucos, a equipe de Rojas foi crescendo e dominando o confronto. Sempre pela esquerda, teve a chance de abrir o placar aos 29min, numa arrancada de Gustavo Nery que o goleiro Jéfferson mandou a escanteio.
Quatro minutos depois, Aílton levantou a bola na área, a defesa rechaçou e o rebote foi de Kléber, que fintou um rival e bateu de fora da área, marcando o primeiro gol.
No segundo tempo, Kléber também se envolveu num lance capital: aos 13min, dividiu solando com o zagueiro Erivelton, que não gostou e revidou. O são-paulino foi punido com o cartão amarelo, enquanto o jogador do Fortaleza acabou expulso de campo.
A vantagem numérica não deu ao São Paulo o espaço esperado. Pelo contrário: preocupado em se defender, o time recuou e permitiu que o Fortaleza chegasse bem perto do gol de empate.
Foi assim aos 30min, quando Marcos Paulo cruzou para Rena, livre de marcação, cabecear sem nem sequer saltar, mas para fora. O goleiro Rogério só olhou -e respirou aliviado com o desfecho.
Preocupado, Rojas tirou um meia, Aílton, para colocar um volante de marcação, Alexandre. A intenção era garantir o resultado.
Mas o treinador não contava com uma jogada esporádica de Gustavo Nery, que se livrou de um adversário na grande área e tocou para Rico, que entrou na etapa final, aumentar o placar e decretar a vitória são-paulina.

Pendências
Wagner Ribeiro, empresário do meia-atacante Kaká, disse ontem que espera receber da diretoria do São Paulo 10% sobre os US$ 8,5 milhões relativos à transferência do jogador para o Milan.
"Eles [os dirigentes] são honestos e sabem que fui eu quem conseguiu a proposta pelo Kaká", disse o procurador.
Irredutível, o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, reafirmou que a transação foi feita diretamente entre os dois clubes e que não cabe, portanto, nenhuma porcentagem ao empresário. "O pagamento da minha comissão deve acontecer. Não tenho pressa", concluiu Ribeiro.


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