Time sofre três gols de cabeça, um deles mal anulado pela arbitragem, e mantém desempenho pífio como visitante

Internacional 4
Palmeiras 1

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Gols sofridos pelo alto e dificuldade de vencer fora de casa. Os dois defeitos que minaram a campanha do Palmeiras no primeiro turno do Nacional voltaram a aparecer ontem no revés para o Inter, em Porto Alegre.
A diferença é que o clube ainda não havia sido tão surrado no campeonato. Foi a maior goleada sofrida até aqui.
"Tomamos dois gols de cabeça do Índio. Era uma jogada marcada, que a gente já sabia", disse o goleiro Marcos.
Com os dois gols sofridos pelo alto ontem, já são nove ao todo dos 25 levados pelo time na competição. "É falta de inteligência tática", completou o arqueiro, questionado sobre o motivo de a equipe ser tão vulnerável nesse tipo de lance.
Em 11 confrontos longe do Parque Antarctica, foi a sexta derrota do clube paulista, que só venceu Vasco e Ipatinga fora (aproveitamento de 27,3%).
A derrota jogou o clube paulista para o quarto lugar da tabela, com 37 pontos. São Paulo (36) e Coritiba (35) já ameaçam a permanência palmeirense no G4. O Inter é o nono, com 29.
No domingo, o time de Vanderlei Luxemburgo tenta a reabilitação diante da Portuguesa, no Pacaembu. Os gaúchos recebem o Flamengo, no Beira-Rio.
O jogo não teve fluidez na sua primeira metade. Já era de se esperar que duas das equipes mais violentas do campeonato -ambas cometem 21 faltas por partida- truncassem o duelo.
O que chamou a atenção, porém, foi a arbitragem confusa de Jailson Freitas, que inverteu muitas faltas e não teve critério na distribuição dos cartões.
O volante argentino Guiñazu, do Inter, deu cinco pancadas nos adversários. Em um carrinho no começo do jogo, pegou o atacante Kléber por trás e nem sequer foi advertido pelo árbitro com o amarelo.
Na seqüência, o próprio Kléber -um dos mais caçados em campo, com três faltas sofridas no primeiro tempo- revidou com um tapa no rosto do seu marcador e levou o sétimo amarelo na competição.
Melhor no início do confronto, o Palmeiras se perdeu justamente depois de ter aberto o placar. Logo aos 5min, Alex Mineiro foi derrubado pelo goleiro Clemer dentro da grande área e converteu a penalidade. Foi o 13º gol dele no Brasileiro, juntando-se ao santista Kléber Pereira na artilharia do torneio.
Pressionado pela situação delicada no Nacional -vinha de quatro duelos sem vencer-, o Inter partiu para cima e, em dois minutos, virou o jogo.
No cruzamento de Alex, aos 19min, o zagueiro Índio subiu sozinho dentro da área palmeirense e cabeceou para o chão, no contrapé de Marcos. No minuto seguinte, Alex encobriu o goleiro com um belo chute de fora da área: 2 a 1.
Na tentativa de reorganizar o time, Luxemburgo mexeu ainda na etapa inicial. Tirou Jumar, pendurado com um amarelo, e arriscou com mais um homem de frente, Denílson.
"Temos condições de virar o jogo", afirmou o volante Martinez, no intervalo da partida.
Foi Martinez, aliás, quem quase empatou aos 10min. Clemer foi buscar no canto esquerdo o chute forte do camisa 11.
Luxemburgo tentou dar mais velocidade ao time ao trocar Kléber por Maicosuel. Não deu nem tempo de o time se ajeitar.
Em uma cópia do primeiro gol gaúcho, D'Alessandro ergueu da esquerda e encontrou Índio, que, mais uma vez livre na área, fez outro de cabeça.
Antes que Taison fechasse a goleada, aos 40min, o Palmeiras levou mais um gol pelo alto. Em posição legal, Maycon lamentou o erro da arbitragem.


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