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Expulsões brecam reação santista e deixam equipe na segunda posição, a três pontos do Cruzeiro, o melhor time do torneio após 31 rodadas
Santos perde jogador, técnico e a "final" do BR-03
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma cotovelada e uma invasão
de campo, dois vermelhos que facilitaram a vida do Cruzeiro ontem. A vitória por 3 a 0 só foi consolidada após os santistas perderem a cabeça no início do segundo tempo, quando se encontravam em desvantagem no placar e
estavam perto de empatar o jogo.
Fabiano, que agrediu Wendell, e
Leão, expulso porque entrou em
campo para falar com Elano, viram da entrada dos túneis dos
vestiários o que as suas punições
causaram ao Santos em três minutos: um Mineirão lotado vibrando com os gols de Felipe Mello e Aristizábal, com a liderança
isolada no Brasileiro-2003.
Nem a PM, incitada pelo juiz
Héber Roberto Lopes, nem o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, conseguiu tirar Leão de
campo antes do apito final.
"Tudo poderia acontecer, e tudo aconteceu. Estávamos pressionando. Mas aí foi a festa da fantasia", afirmou Leão, culpando a arbitragem pelos 3 a 0.
Já Wanderley Luxemburgo
isentou o juiz, festejou como em
uma final e não deixou de alfinetar o Santos, de seu amigo Leão e
de seu genro Fabiano, os "vilões"
da tarde em Belo Horizonte.
"Não é a primeira vez que há
uma confusão em um jogo decisivo do Santos. É só pegar o histórico. Mas eu não posso dar instruções para o Fabiano. Posso apenas conversar com ele como genro, lá em casa. O Leão, meu amigo
e técnico do Santos, é que tem que
falar com ele [Fabiano]", disse o
treinador cruzeirense, "orgulhoso" da "vitória com propriedade"
que conseguiu ontem.
Vitória que deu ao Cruzeiro três
pontos de vantagem em relação
ao Santos. Resultado importante
também por outros motivos, como frisou Luxemburgo.
"Estamos em primeiro lugar,
melhoramos nosso saldo de gols e
estamos bem também no confronto direto", disse ele, referindo-se às duas vitórias sobre os
santistas, no primeiro e no segundo turnos (2 x 0 e 3 x 0).
Os atuais campeões brasileiros
minimizaram o efeito da derrota e
não a relacionaram à ausência de
Diego, vetado minutos antes do
jogo. Referência do meio-campo
santista, o jogador sentiu dores na
coxa e não entrou em campo.
Assunto que irritou Leão antes e
depois da partida. Ele não quis
comparar a situação com a da final do Brasileiro-02, quando o
meia, contundido, deixou o campo nos minutos iniciais do jogo.
"A gente tem que entender a
preocupação dele [Diego]. O médico também ficou em dúvida.
Mas a gente não depende de um
jogador", esbravejou Leão.
A derrota manteve o Santos na
vice-liderança, com 58 pontos, independentemente dos resultados
da rodada de hoje. Mas o time da
Vila está mais pressionado.
Ontem, o Coritiba bateu o Grêmio por 1 a 0 em casa e pulou para
a terceira posição com 56 pontos,
dois a menos que os santistas. Foi
a 18ª derrota do time gaúcho, lanterna do torneio.
Hoje, entretanto, os paranaenses podem perder a terceira posição para o São Paulo, que enfrenta
o Atlético-MG no Morumbi com
os desfalques de Jean, Fábio Simplício e Gustavo Nery. Se vencer, a
equipe de Rojas vai a 57 pontos.
Em crise financeira escancarada
pelo sumiço de Vampeta, que reclama de atraso de pagamentos, e
pela penhora do Parque São Jorge, o Corinthians joga em Criciúma e pode chegar aos 47 pontos.
O técnico Geninho nega que isso
vá lhe atrapalhar hoje.
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