Para brecar fase irregular, atacante Marcinho defende o individualismo como arma para bater o Santa Cruz no Recife

Equipe de Tite já é a terceira que mais aplica dribles no Nacional, com 18 tentativas por partida, e ignora crítica feita por Juninho e Edmundo

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A última vitória do Palmeiras no Brasileiro ficou mais marcada pelas críticas de Juninho e Edmundo à falta de espírito coletivo do time do que pela virada sobre o São Caetano. O elenco, então, foi influenciado por um discurso de coletividade que norteou a preparação para o jogo contra o Cruzeiro. O resultado: derrota em BH.
Mas agora, para voltar a vencer e evitar um novo tropeço, que pode significar o retorno para a zona do rebaixamento, o egoísmo e a individualidade voltam a ser pregados.
E o porta-voz da habilidade individual como arma para bater hoje o Santa Cruz, no estádio Arruda, às 20h30, foi Marcinho, o único atacante no esquema do técnico Tite.
Marcinho vê na "arte de ser fominha" a melhor maneira de conquistar vitórias, ainda mais uma tão importante como a que os palmeirenses pretendem conquistar hoje -um tropeço no Recife pode significar a volta à zona do rebaixamento.
"Eu, Edmundo, Juninho, Rosembrick e Valdivia somos atletas que prendem mais a bola para tentar algo diferente. Jogadores têm que tentar entender isso. Todos temos que entender isso", diz Marcinho, na contramão do que pedem Juninho e Edmundo, os que mais reclamaram de excesso de individualismo há duas semanas.
O que o atacante defende, porém, não é novidade no Palmeiras, que é um dos times mais individualistas do Nacional, sendo o terceiro que mais tenta dribles (média de 18 por jogo).
Mas a tática de apostar no talento individual não está em alta, já que as duas equipes que driblam mais que o Palmeiras estão mais preocupadas com a parte inferior da tabela: o São Caetano, que arrisca 18,3 dribles por jogo e está na zona de descenso, e o Corinthians, com 19,3. Como comparação, o líder do torneio, o São Paulo, ocupa só a oitava posição nos dribles.
Já no lanterna Santa Cruz, a fórmula para tentar reagir foi realizar a concentração fora do Recife para evitar pressões.