São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Indefensável, São Paulo!

RICARDO Gomes irritou-se ao ser questionado se a escalação de Rodrigo, na vaga de Renato Silva, tinha a ver com o clássico do próximo domingo, contra o Corinthians.
"Não, é só o jogo de hoje." Em outras palavras, o treinador confirmou que Rodrigo ganhou a posição de Renato Silva pelo que fez nas partidas contra o Cruzeiro e o Avaí.
O São Paulo estava próximo de assumir a liderança do Brasileiro -provisória, porque a rodada só acaba na quarta- ao mesmo tempo em que havia se tornado dono da melhor defesa. Tudo isso enquanto Rodrigo voltava a ser titular do lado direito da defesa.
Havia razão para isso. Contra o Avaí, dia de ausência de André Dias por suspensão, Rodrigo jogou bem como líbero, e Renato Silva foi o recordista da equipe em erros de passe. Perdeu o lugar.
Rodrigo foi um zagueiro exuberante no início de carreira. A torcida do São Paulo se lembra de seu trabalho brilhante em 2004 e na campanha do título estadual de 2005. A diferença entre aquele Rodrigo e este é que aquele jogava do lado esquerdo da defesa. Contra o Santo André, um lance raro de perigo criado pela equipe do ABC aconteceu após cobrança de falta de Marcelinho, para o segundo pau. Júnior Dutra subiu livre, na faixa defendida por Rodrigo. Rogério defendeu. O gol de empate, também.
Parece absurdo dizer que um zagueiro vai bem de um lado e não tão bem do outro. Não acontece isso com os melhores jogadores de defesa. Com alguns, acontece. Com Rodrigo, por exemplo.
Contra o Santo André, fez diferença na jogada do gol de Pablo Escobar. Contra o Corinthians, pode fazer. Não se esqueça do pique de Ronaldo na semifinal paulista. A vítima foi Rodrigo.
O São Paulo poderia ser líder provisório, embora nas últimas rodadas tenha virado contra o Cruzeiro sem jogar para isso e ganhado do Avaí sem seu melhor futebol.
Para ser campeão brasileiro não tem sido obrigatório brilhar ofensivamente. Entre 1996 e 2006, o campeão teve o melhor ataque em todos as edições do Brasileirão, menos 2000. Em 2006 e 2007, o São Paulo foi campeão com a melhor defesa. Em 2008, a segunda melhor. Acertar a defesa pode significar o tetra.



SÓ CONTRA-ATAQUE
O Inter tem o segundo melhor ataque. Ou o melhor contra-ataque. O time depende exclusivamente da velocidade de Taison para chegar ao gol adversário. Foi o que mostrou contra o Vitória. Outra vantagem do São Paulo. Inter e Palmeiras perderam no Barradão. O Tricolor é o único com vitória lá.



ROBERT OU OBINA
Muricy acerta ao escalar Robert com Vagner Love. O Palmeiras tem a melhor defesa do torneio. A queda de rendimento dos últimos jogos tem a ver com a diminuição da força defensiva e com a falta de gols dos atacantes. O time precisa melhorar o ataque. Contra o Cruzeiro, Robert é boa opção.



DE QUE JEITO, KAKÁ?
O Real Madrid jogou ontem como Kaká tem explicado. Venceu o Xerez por 5 a 0 com o craque brasileiro pela direita, Cristiano Ronaldo à esquerda, Raúl e Benzema na frente. Só que Raúl volta para o meio o tempo todo, o que obriga o brasileiro a jogar muito pelo lado de campo. Da Espanha, Kaká diz que os três -Raúl, Ronaldo e ele- estão se adaptando ao sistema tático. Por enquanto, Kaká é o mais prejudicado.


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