São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Conselho da FIA julga hoje batida de Nelsinho

Alonso, após dizer que não sabia de nada, é convocado para depor em Paris

Acidente proposital no GP de Cingapura de 2008 pode render punição à Renault; veredicto não tem data marcada para ser conhecido

DA REPORTAGEM LOCAL

Um ano depois da vitória de Fernando Alonso no GP de Cingapura e na semana que antecede a segunda edição da única corrida noturna da F-1, o Conselho Mundial da FIA se reúne hoje, na sede da entidade, em Paris, para analisar as acusações de que o triunfo foi ajudado por uma batida premeditada de seu companheiro de Renault, Nelsinho Piquet.
A partir das 9h locais, os 26 membros do Conselho irão julgar se a escuderia é culpada de ferir o artigo 151c do Código Esportivo Internacional, que refuta "qualquer conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses de qualquer competição ou do esporte a motor".
O veredicto não tem data marcada para ser conhecido.
Imediatamente depois de ser demitido pela Renault, no fim de julho, Nelsinho resolveu contar à entidade que comanda o automobilismo o que havia ocorrido em Cingapura no ano passado. Em troca de falar tudo o que sabia, recebeu imunidade e não vai ser julgado hoje.
O piloto deve estar presente na reunião extraordinária, possivelmente acompanhado do pai, Nelson, que trouxe o fato a público ao avisar Max Mosley, presidente da FIA, do caso.
A Renault será representada por seu presidente, Bernard Rey, e por Jean-François Corbet, chefe de comunicação do time, além de seus advogados.
Chefe e diretor técnico da equipe, respectivamente, Flavio Briatore e Pat Symonds não são esperados em Paris, já que foram desligados da Renault na semana passada. O afastamento dos dois foi uma clara tentativa do time de evitar punição maior. A estratégia da Renault, que já disse que não irá contestar as acusações, é dizer que os dois foram responsáveis pela armação e que ninguém mais tinha conhecimento do fato.
Nelsinho acusa a dupla de ter pedido que ele batesse seu carro de propósito na 13ª volta do GP, pouco tempo depois de Alonso realizar seu pit stop.
De acordo com os depoimentos do brasileiro, Symonds o levou a um canto no dia da corrida e apontou-lhe num mapa a curva 17, local escolhido para a batida pois não tinha guindastes por perto, o que forçaria a entrada do safety car e consequentemente ajudaria na estratégia de seu companheiro.
Alonso, que disse não saber de nada e ter ficado muito surpreso quando a história veio à tona, foi convocado pela FIA para comparecer no Conselho. O bicampeão é empresariado por Briatore, assim como acontecia com Nelsinho até o rompimento de seu contrato.
Considerado como um dos maiores escândalos dos 59 anos de história da categoria, o caso, no entanto, pode não ser completamente esclarecido.
Além de o encontro de hoje ser fechado, fazem parte do Conselho Mundial nomes como Mosley, Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da categoria, e Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, o que, em tese, pode gerar conflito de interesses.


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