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Conselho da FIA julga hoje batida de Nelsinho
Alonso, após dizer que não sabia de nada, é convocado para depor em Paris
Acidente proposital no GP de Cingapura de 2008 pode render punição à Renault; veredicto não tem data marcada para ser conhecido
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ano depois da vitória de
Fernando Alonso no GP de
Cingapura e na semana que antecede a segunda edição da única corrida noturna da F-1, o
Conselho Mundial da FIA se
reúne hoje, na sede da entidade, em Paris, para analisar as
acusações de que o triunfo foi
ajudado por uma batida premeditada de seu companheiro de
Renault, Nelsinho Piquet.
A partir das 9h locais, os 26
membros do Conselho irão julgar se a escuderia é culpada de
ferir o artigo 151c do Código Esportivo Internacional, que refuta "qualquer conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses de qualquer competição ou do esporte a motor".
O veredicto não tem data
marcada para ser conhecido.
Imediatamente depois de ser
demitido pela Renault, no fim
de julho, Nelsinho resolveu
contar à entidade que comanda
o automobilismo o que havia
ocorrido em Cingapura no ano
passado. Em troca de falar tudo
o que sabia, recebeu imunidade
e não vai ser julgado hoje.
O piloto deve estar presente
na reunião extraordinária, possivelmente acompanhado do
pai, Nelson, que trouxe o fato a
público ao avisar Max Mosley,
presidente da FIA, do caso.
A Renault será representada
por seu presidente, Bernard
Rey, e por Jean-François Corbet, chefe de comunicação do
time, além de seus advogados.
Chefe e diretor técnico da
equipe, respectivamente, Flavio Briatore e Pat Symonds não
são esperados em Paris, já que
foram desligados da Renault na
semana passada. O afastamento dos dois foi uma clara tentativa do time de evitar punição
maior. A estratégia da Renault,
que já disse que não irá contestar as acusações, é dizer que os
dois foram responsáveis pela
armação e que ninguém mais
tinha conhecimento do fato.
Nelsinho acusa a dupla de ter
pedido que ele batesse seu carro de propósito na 13ª volta do
GP, pouco tempo depois de
Alonso realizar seu pit stop.
De acordo com os depoimentos do brasileiro, Symonds o levou a um canto no dia da corrida e apontou-lhe num mapa a
curva 17, local escolhido para a
batida pois não tinha guindastes por perto, o que forçaria a
entrada do safety car e consequentemente ajudaria na estratégia de seu companheiro.
Alonso, que disse não saber
de nada e ter ficado muito surpreso quando a história veio à
tona, foi convocado pela FIA
para comparecer no Conselho.
O bicampeão é empresariado
por Briatore, assim como acontecia com Nelsinho até o rompimento de seu contrato.
Considerado como um dos
maiores escândalos dos 59 anos
de história da categoria, o caso,
no entanto, pode não ser completamente esclarecido.
Além de o encontro de hoje
ser fechado, fazem parte do
Conselho Mundial nomes como Mosley, Bernie Ecclestone,
detentor dos direitos comerciais da categoria, e Luca di
Montezemolo, presidente da
Ferrari, o que, em tese, pode gerar conflito de interesses.
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